"Aquece, Diego".
Quando o técnico Jorge Jesus se vira para o seu meia no banco de reservas, a situação em campo não deve estar muito fácil para o Flamengo. Foi assim contra o River Plate na final da Copa Libertadores. Foi assim contra o Al-Hilal (SAU) na semifinal do Mundial de Clubes da Fifa.
Nas duas partidas, o Rubro-negro se via em situação desconfortável até que o dono da mítica camisa 10 da Gávea entrou em campo. Com passes decisivos, o meia mudou a história e reinventou seu próprio papel dentro de um elenco estelar.
Diego foi o reforço mais festejado em um dos primeiros "Aero Flas", mas carregou o peso das críticas e superou, em tempo recorde, uma gravíssima lesão no tornozelo. Em vez dos cinco meses parado, reduziu o tempo para pela metade e voltou na hora de saborear o filé mignon.
Gostem ou não, Diego se expõe. Nas derrotas ou nas vitórias, o atleta está sempre dando a cara à tapa. Foi assim quando perdeu pênalti contra o Athlético, pela semifinal da Copa do Brasil, foi assim quando deu o passe que resultou no bicampeonato da Libertadores.
"Alguns dizem que é 'media training', né? É 'vida training' que se chama isso. Sair de casa com 11 anos de idade, morar em alojamento, ficar longe dos pais, dos familiares, bater a cabeça, errar, se decepcionar, ser vaiado, se frustrar, levantar de novo, querer melhorar emocionalmente, ler e adquirir conhecimento. Essa é minha vida e esse é o legado que eu pretendo deixar. Eu não consigo imaginar viver de outra maneira que não seja correndo grandes riscos".
A poucos dias da partida mais importante do Fla nos últimos 38 anos, ele abriu o coração e declarou seu amor ao Flamengo. Afirmou que o time tem tudo para equilibrar a partida contra o Liverpool e, se começar no banco de reservas, agora exercendo nova função tática, não há nenhum jogador mais capacitado para mudar a decisão do que ele.