Viu-se um time coeso, com um meio-campo de proteção primoroso, jogadas bem ensaiadas e que propôs o jogo do primeiro ao último minuto — uma goleada ainda maior não seria surpresa. Apesar de Ary Borges ter sido a craque do jogo, há vários destaques na partida, como Luana, que dominou a intermediária ao lado de Kerolin, Debinha, que flutua no ataque e a imposição física de Bia Zaneratto dentro da área. E, claro, todo o lado esquerdo da seleção, costurado por Tamires, que se mostrou o ponto forte do time. Todos os gols saíram por aquele lado.
Tudo isso sem a presença de Marta como titular — ela entrou no lugar de Ary Borges, que comemorou com uma dancinha em sua homenagem, e só atuou na parte final do jogo para ganhar ritmo —, confirmando que a coletividade é a marca da seleção, como Pia sempre quis. Mesmo com as mudanças no segundo tempo, o time não perdeu totalmente a coesão. Mudou um pouco o estilo com o ataque formado por Gabi Nunes e Geyse, que tinha esperanças de começar o jogo.
É necessário, porém, ter pés no chão. A defesa não foi testada. Praticamente em nenhum momento. Foram apenas dois chutes na direção do gol de Lelê, todos no segundo tempo. Rafaelle e Lauren conseguiram apresentar o bom passe na saída de bola, mas serão exigidas na parte defensiva mesmo contra a França, que tem seu jogo forte pelas alas e na bola aérea.
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