O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ressaltou hoje (14), em uma reunião de ministros do Mercosul, em Bariloche, na Argentina, a importância da cooperação entre os países na busca da melhoria dos níveis de vacinação. O encontro contou ainda com a participação de ministros da Saúde do Uruguai, Paraguai, Argentina (membros do Mercosul), Chile e Bolívia (membros associados).
"As novas gerações precisam escutar aqueles que passaram, em anos anteriores, por dramas como a poliomielite, o sarampo - que não é uma doença inocente mas que causa cegueira, óbitos, pneumonias graves-, e a difteria - que nós temos informações oficiosas que circula na Venezuela e é uma doença infecciosa grave. Por isso, é fundamental o esforço de toda a América do Sul no sentido de garantir melhores níveis de vacinação", disse o ministro à Agência Brasil.
Mandetta disse que o país está fazendo a sua parte e ressaltou o Movimento Vacina Brasil, que foi lançado em abril deste ano pelo Ministério da Saúde para reverter o a queda da cobertura de vacinação no país nos últimos dois anos. Doenças consideradas eliminadas ou erradicadas, como o sarampo e a rubéola, voltaram a se tornar ameaças. O intuito do programa é sensibilizar as pessoas sobre a importância da imunização como prevenção para que essas doenças não retornem.
Nesse sentido, o ministro disse que o problema é geracional e que muitos jovens não chegaram a ver de perto a gravidade de doenças que mataram e deixaram sequelas. Casos de sarampo registrados em 2018, por exemplo, levaram o Brasil a perder o certificado de eliminação da doença, que havia sido concedido em 2016, pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
De acordo com o MS, o Brasil possui o maior programa público de imunização do mundo. A rede pública de saúde oferta todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo são 27 vacinas como parte do esquema de cobertura prevista no Calendário Nacional de Vacinação. Por ano, são mais de 300 milhões de doses de vacina aplicadas.
Após a reunião, o ministro afirmou que as autoridades definiram pela "convergência de esforços no intuito de negociações de preços de medicamentos de alto custo e um esforço muito grande nas áreas de fronteira para garantir melhoria dos níveis de vacinação".
As reuniões de ministros e ministras de Saúde do Mercosul e Estados Associados ocorrem a cada seis meses. Entre os temas tratados estão saúde nas fronteiras, sistema de informação e capacitação em doação e transplante, e priorização da saúde nos acordos comerciais.
Além da vacinação, outros temas também fizeram parte da pauta de discussões. Entre eles, as políticas para prevenir e controlar as enfermidades não transmissíveis e o Plano de Trabalho em Saúde em Fronteira, cujo objetivo é estabelecer um marco de referência para as ações de saúde pública nas zonas de fronteira do Mercosul.
Esse plano terá duração de quatro anos (2019 a 2023) e prevê o fortalecimento dos sistemas de informação para implementação de uma rede de intercâmbio de informação entre os países limites.
Os ministros assinaram um documento que institucionaliza o Registro Mercosul de Doação e Transplante (Donasur), um sistema de registro comum sobre doadores. Para o ministério, essa medida é importante como ferramenta comum regional de codificação para rastreamento de células e tecidos, intra e extrabloco.