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27/06/2019 às 07h36min - Atualizada em 27/06/2019 às 07h36min

Vale destina R$1,8 bi até 2023 para obras e remoção de lama em Minas

- Por: Agência Brasil
REUTERS/Washington Alves/Direitos Reservados
 

A mineradora Vale informou ontem (26) que irá destinar um total de R$ 1,8 bilhão até 2023 para a recuperação ambiental e remoção dos rejeitos da área atingida pela tragédia de Brumadinho (MG) e para obras que garantam a segurança de estruturas remanescentes na Mina Córrego do Feijão. O rompimento da barragem, que provocou mais de 200 mortes e poluiu o Rio Paraopeba, completou ontem (25) cinco meses.

Desse total, devem ser gastos neste ano de R$ 400 milhões e R$ 500 milhões. De acordo com a mineradora, obras para reforçar a estabilidade das estruturas que restaram na Mina já estão em curso. O plano para contenção dos rejeitos, já apresentado aos órgãos públicos, também está em andamento e divide as intervenções em três trechos.

Nos primeiros dez quilômetros, entre a barragem e o ponto onde os rejeitos atingiram o Rio Paraopeba, estão previstas 23 ações para redução do contínuo carreamento de lama. O Corpo de Bombeiro acompanha as intervenções. "As obras envolvem a contratação de 28 empresas. A previsão é de gerar 2,5 mil empregos no pico de obras. Atualmente, há cerca de 1,3 mil trabalhadores atuando nas intervenções, sendo mais de 700 de Brumadinho e região", afirmou a Vale, em nota.

Helicóptero de resgate sobrevoa Rio Paraopeba atingido pelo rompimento de barragem da Vale, em Brumadinho.

Helicóptero de resgate sobrevoa Rio Paraopeba atingido pelo rompimento de barragem da Vale, em Brumadinho.

Helicóptero de resgate sobrevoa Rio Paraopeba atingido pelo rompimento de barragem da Vale, em Brumadinho. - Adriano Machado/Reuters/Direitos reservados

Após o rompimento da barragem, o rejeito que vazou alcançou primeiro o Ribeirão Ferro-Carvão e depois o Rio Paraopeba. É nesse percurso que ainda se encontra o rejeito mais espesso. "Estima-se que ali estejam depositados entre 6 milhões e 7 milhões de metros cúbicos do material", ddsse a mineradora. Até agora foram removidos cerca de 550 mil metros cúbicos de rejeito, que serão depositados em uma área dentro da Mina Córrego do Feijão já definida com o aval dos órgãos ambientais competentes.

Ainda neste trecho, serão construídas 15 pequenas estruturas de contenção, entre elas barreiras hidráulicas filtrantes, que atuarão na redução da velocidade da água e na retenção dos sedimentos mais grossos presentes no rejeito. Um reservatório com capacidade aproximada de 750 milhões de litros também será preparado. A expectativa é de que a lama se acomode no fundo e que a turbidez da água se reduza. A mineradora assegura que as estruturas são descomissionáveis, isto é, poderão ser desmontadas a partir do momento em que não tiverem mais serventia.

As intervenções do segundo trecho se darão entre o encontro do Ribeirão Ferro-Carvão com Rio Paraopeba e o município de Juatuba (MG), onde a lama depositada no manancial será dragado. Já o terceiro trecho vai até a Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, no município de Pompéu (MG), onde as ações terão como objetivo reduzir o carreamento dos rejeitos mais finos ao longo do curso do Rio Paraopeba.

Desde o final de maio, a mineradora já mantinha membranas de contenção instaladas neste trecho. "Os equipamentos tinham a função emergencial de conter os sedimentos ultrafinos, minimizando o avanço da pluma de turbidez. No dia 3 de junho, a Vale iniciou a desmobilização das membranas. Após a fase emergencial e com a entrada do período de estiagem foi avaliado que no trecho do rio a tecnologia já não é necessária", informou a mineradora.

Rio São Francisco

De acordo com a Vale, o Rio Paraopeba vem sendo monitorado diariamente em 66 pontos e aproximadamente 1,4 milhão de análises de água, sedimentos e rejeitos já foram realizadas. No início do mês, a mineradora divulgou um comunicado afirmando que o manancial poderá ser recuperado. O texto indica que a área com maior turbidez concentra-se até 40 quilômetros da barragem que se rompeu. A Vale também assegurou que a pluma de sedimentos não atingiu a Usina Hidrelétrica de Três Marias, onde o Rio Paraopeba se encontra com o Rio São Francisco.

No mês passado, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) negou que os rejeitos tenham atingido o Rio São Francisco. A conclusão foi obtida após uma expedição que permitiu coletar 4 mil dados e amostras na região atingida pela tragédia.

De outro lado, no final de março, a organização não governamental (ONG) Fundação SOS Mata Atlântica chegou a um resultado diferente. Ela também realizou uma exposição e apresentou o relatório O Retrato da Qualidade da Água nas Bacias da Mata Atlântica, que reúne dados obtidos a partir das amostras colhidas. De acordo com a ONG, as concentrações de ferro, manganês, cromo e cobre acima dos limites máximos permitidos pela legislação são evidências do impacto da pluma de rejeitos de minério sobre o São Francisco.

As recomendações da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para que não seja consumida água do Rio Paraopeba a partir do trecho em que houve a contaminação continuam válidas. A pesca está proibida por tempo indeterminado, conforme portaria que entrou em vigor no dia 1º de março, editada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG), órgão vinculado à Semad.


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