As praias do litoral alagoano ganham vida durante o Carnaval, com foliões cantando e dançando à beira-mar. No entanto, em meio a essa alegria, surge uma preocupação urgente: a necessidade de conduta consciente nas praias. Com as celebrações em andamento, o meio ambiente enfrenta desafios devido ao aumento de pessoas nas ruas, levando a uma maior incidência de descarte inadequado de lixo próximo ao mar.
Diante desse cenário, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) intensifica seu compromisso com a preservação ambiental nas praias e ecossistemas costeiros, buscando enfrentar os impactos negativos decorrentes do descarte inadequado de resíduos durante o período carnavalesco. Durante épocas festivas como esta, frequentemente enfrentamos a escassez de lixeiras e coletores, e os existentes nem sempre são esvaziados prontamente. Isso resulta na formação de grandes pilhas de lixo e resíduos acumulados pelas ruas.
Para evitar essa situação, o IMA, por meio do projeto Nossa Praia, desenvolvido pela Gerência de Educação Ambiental (Gedam), realiza campanhas pré-carnavalescas e durante o Carnaval, visando conscientizar e sensibilizar a população, incluindo turistas, banhistas, ambulantes e moradores locais, sobre a importância do descarte adequado de resíduos gerados durante os desfiles de blocos.
Durante essas ações, são disponibilizadas sacolas biodegradáveis para facilitar o armazenamento, além de direcionar a população a descartar o resíduo em um local adequado. Também são distribuídas lixeiras e displays de sacolas por toda a costa litorânea, além de intensificar a campanha nas redes sociais do IMA.
O projeto Nossa Praia promove ações há nove anos, por meio da educação ambiental, com objetivo de sensibilizar banhistas e comerciantes para que as belezas naturais das praias alagoanas sejam preservadas. Em 2023, o projeto promoveu 24 mutirões de limpeza que recolheram 1.800 kg de resíduos sólidos no total. Durante a ação Clean Up Day (Dia Mundial da Limpeza de Praias) foram coletados 610 kg de lixo inadequado nas praias alagoanas.
Impacto ambiental
Em um relatório sobre a poluição plástica lançado em 2021, a Organização das Nações Unidas (ONU) destaca que o plástico representa 85% dos resíduos que chegam aos oceanos, e ainda adverte que até 2040, os volumes desses plásticos que fluem para o mar quase vão triplicar, já que a quantidade anual chega a cerca de 23 e 37 milhões de toneladas de resíduos. Isto significa cerca de 50 kg de plástico por metro de costa em todo o mundo.
O plástico está se tornando um grande problema para os oceanos, prejudicando animais marinhos e terrestres. Por conta disso, eles enfrentam riscos sérios, como envenenamento, fome e asfixia, devido à quantidade de resíduos inadequados. Corais, manguezais e plantas marinhas também estão sofrendo, pois ficam sufocados por todo lixo, o que os impede de receber oxigênio e luz.
Não é apenas um problema para a vida marinha, porque também afeta os seres humanos. A contaminação por plástico em fontes de água pode causar problemas como alterações hormonais, distúrbios de desenvolvimento, complicações reprodutivas e até câncer. Os plásticos entram em nossa dieta através de frutos do mar, bebidas e até mesmo do sal que usamos. E não é só isso – também podemos absorvê-los pela pele e até inalá-los quando estão no ar.
Por conta disso, Ykson Emery, Gerente da Educação Ambiental do IMA, reforça a importância de uma conduta consciente nas praias durante o Carnaval.
“Evitando o uso de descartáveis, por exemplo, levando seu copo e descartando latas de alumínio no local para que as cooperativas possam utilizá-las. Além disso, é recomendado guardar o lixinho até encontrar uma lixeira mais próxima e utilizar confetes/glitter biodegradáveis, pois uma parcela desses resíduos acaba chegando nos oceanos”, orientou para os foliões.
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