Na última edição do Massayó Verão, evento promovido pela Prefeitura de Maceió, uma série de revelações sobre o uso questionável de recursos públicos e a ostentação luxuosa nos bastidores do festival foram trazidas à tona. O presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado de Alagoas (Sated/AL), Dudu Nogueira, detalhou os excessos presenciados durante o evento.
O camarote em questão, descrito como um "clube" e uma "estrutura de faraó" por Dudu Nogueira, chamou a atenção pela sua grandiosidade. Um espaço suntuoso, luxuoso, com coqueteleira, open bar de alto nível e uma gastronomia descrita como "maravilhosa" foram revelados como componentes desse ambiente restrito, exclusivo para os amigos do prefeito João Henrique Caldas, o JHC.
O presidente do Sated/AL, ao tentar ingressar no camarote para fiscalizar o trabalho dos artistas, foi surpreendido pela negativa de acesso à comida e bebida, recebendo a informação de que o espaço era destinado apenas aos convidados do prefeito.
As críticas não se limitaram ao luxo do camarote. Dudu Nogueira destacou a concentração de gastos públicos para promoção pessoal de JHC e de seu grupo político, evidenciando a disparidade entre os benefícios destinados aos artistas locais e aos convidados especiais do prefeito.
Em suas declarações, Nogueira apontou para a falta de transparência na realização do evento, questionando o papel de diversas pastas municipais e apontando suspeitas sobre a parceria com a empresa de apostas esportivas VAIDEBET, que teria trazido uma estrutura exuberante para o camarote sem a devida divulgação de detalhes contratuais.
A ausência de venda de ingressos para o camarote, em contraste com a presença de milhares de convidados em ano eleitoral, levantou preocupações sobre o acesso privilegiado a um evento financiado pelos cofres públicos.
Diante das revelações de Dudu Nogueira, a Prefeitura de Maceió ainda não se pronunciou sobre as críticas e questionamentos relacionados ao Festival Massayó Verão. O episódio coloca em foco a necessidade de maior transparência e responsabilidade no uso de recursos públicos em eventos culturais promovidos pelo poder público.