Circula nas redes sociais a afirmação de que uma menina de 10 anos, do município de Lençóis Paulista, teria sofrido uma parada cardíaca por causa da vacina contra a Covid-19. A afirmação é falsa. O Ministério da Saúde divulgou que a análise do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de São Paulo descartou o caso como efeito adverso da vacina e concluiu que a criança possui a síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW).
Em 19 de janeiro, a Prefeitura de Lençóis Paulista suspendeu por sete dias a vacinação infantil no município enquanto investigava o caso de uma menina de 10 anos que apresentou alterações nos batimentos cardíacos e desmaiou 12h depois da vacinação. Após a informação se espalhar, muitas mensagens foram compartilhadas na tentativa de relacionar o problema de saúde com a aplicação do imunizante da Pfizer.
“Mal começou a vacinação infantil e já tem registro de uma criança com parada cardíaca 12 horas após a vacina em Lençóis Paulista. Negacionistas somos nós, né?”, afirmou um usuário no Twitter, deixando transparecer que é contra a vacinação.
Não é verdade que o quadro de saúde que levou a criança a ser atendida em um hospital particular tenha relação com a vacina contra a Covid-19. O Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de São Paulo descartou a possibilidade do caso ser um efeito adverso da vacina. O órgão foi notificado sobre o caso e realizou a investigação com mais de 10 especialistas do Grupo de Trabalho em Eventos Adversos Pós-vacinação da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações.
A nota do governo de São Paulo informou que a criança foi imunizada com a técnica correta, com o imunizante do fabricante Pfizer correto para a faixa etária e devidamente condicionado. A investigação foi conduzida de forma conjunta pelo Governo do Estado, através da Divisão de Imunização e dos Grupos de Vigilância Epidemiológica de Botucatu e Bauru – CVE, e pelo município de Lençóis Paulista.
“Concluiu-se que a paciente tem uma pré-excitação no eletrocardiograma, característica da síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW). Esta é uma condição congênita que leva o coração a ter crises de taquicardia. Algumas destas crises podem ter frequência muito alta, levando até a síncope ou mesmo morte súbita, apontou a análise.
O CVE também acrescentou que a família desconhecia o problema de saúde da criança e reforçou que não se trata de efeito adverso da vacina. “A síndrome de Wolff-Parkinson-White, até então não diagnosticada e desconhecida pela família, levou a criança a ter uma crise de taquicardia, que resultou em instabilidade hemodinâmica. Não existe relação causal entre a vacinação e o quadro clínico apresentado, portanto, o evento adverso pós-vacinação está descartado”, concluiu.
O Ministério da Saúde também divulgou a nota técnica com o resultado da análise. O documento detalhou ainda que o quadro de saúde da criança foi revertido após atendimento médico e que ela permanece estável e sendo monitorada. A Prefeitura de Lençóis Paulista retomou a vacinação infantil nesta terça-feira (25).
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