Preso suspeito de chefiar um esquema de agiotagem no Distrito Federal, o sargento da Polícia Militar Ronie Peter Fernandes da Silva, de 45 anos, levava uma vida de luxo. Com carros caros e em viagens nacionais e internacionais, o militar costumava ostentar nas redes sociais. O salário dele líquido na corporação é de pouco mais de R$ 8 mil.
Ronie e outras seis pessoas foram alvos da operação S.O.S Malibu, deflagrada nesta terça-feira (16). A suspeita é de que o grupo tenha movimentado R$ 8 milhões nos últimos 6 meses, emprestando dinheiro e extorquindo vítimas na capital.
Ao todo, foram 15 mandados judiciais expedidos e cumpridos em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo (SP). Além da prisão e da apreensão dos veículos, a Justiça determinou o bloqueio de sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, que mantinham R$ 8 milhões.
De acordo com a Polícia Civil, Ronie tinha pelo menos quatro carros de luxo, avaliados em R$ 3 milhões. Os veículos foram apreendidos durante a operação.
Nas redes sociais, o sargento, que se identifica como "Ronie Malibu", faz questão de mostrar os bens. Além dos veículos de luxo, viagens para destinos como China e Dubai estão expostos na galeria virtual.
Há dois dias, Ronie postou uma foto nas Ilhas Maldivas, considerado um dos destinos mais caros do mundo.
O militar também publicou imagens de passeios em moto aquática e em avião particular. Registros de Ronie em restaurantes, praias e em embarcações também compõem o mural de fotos do sargento.
Segundo o Portal da Transparência do Distrito Federal, o salário líquido de Ronie, que desempenha função de terceiro sargento, foi de R$ 8.290,95, em setembro deste ano
A polícia acredita que os sete investigados emprestavam dinheiro a terceiros com juros superiores aos permitidos por lei, e cobravam os valores mediante "grave ameaça". Seis deles foram presos e um está foragido em São Paulo (SP).
A Polícia Civil afirma que o esquema de agiotagem contava com integrantes da família de Ronie. O pai e o irmão estão entre os detidos na operação desta terça.
O sargento e outro familiar eram responsáveis por emprestar os valores e cobrar dos envidados. Em algumas situações, eles tomavam veículos e exigiam transferência de imóveis das vítimas. O militar era responsável pela aquisição dos veículos de alto luxo, segundo a investigação.
Os outros cinco investigados eram "operadores financeiros", que faziam transações e saques em contas de empresas de fachada, para "dar uma aparência lícita aos valores oriundos da agiotagem".
Desses, três eram responsáveis pela ocultação do dinheiro. Eles cediam os nomes para registro dos veículos de alto luxo, cujo dono era o sargento.
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