Já eleito, Collor destacou que o desafio da CDR será retomar os debates aprofundados das comissões temáticas durante a pandemia da covid-19, para diminuir as desigualdades regionais e fortalecer o turismo, principais objetivos do colegiado. Se em 2020 o Congresso auxiliou o Executivo para que pudesse agir legalmente no combate à doença, para este ano ele defende a retomada da discussão, nas comissões, de temas essenciais.
“Em 2021 o enfrentamento do vírus e de suas consequências continuará a merecer nossa atenção, mas precisamos retomar o debate de questões estratégicas, que permanecem sem a solução adequada. As desigualdades regionais são um exemplo claro e se manifestam nos mais diversos setores da infraestrutura econômica, saneamento básico, passando por acesso à saúde e educação de qualidade e inúmeros outros temas. A redução das desigualdades regionais e a promoção do desenvolvimento humano precisam estar na pauta das reformas estruturais, tão necessárias para o país avançar. O pacto federativo e a reforma tributária são excelentes oportunidades para criar instrumentos que permitam a todos os brasileiros desfrutarem de padrão semelhante de prosperidade e de qualidade de vida”, opinou.
Collor defendeu um amplo debate com especialistas, representantes dos governos e com a sociedade sobre o modelo de desenvolvimento do País no século XXI. Collor defende que haja um modelo centrado nas pessoas, com o objetivo de aprimorar a qualidade de vida dos brasileiros, especialmente os mais carentes, e melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano. “Qual o projeto nacional que, democraticamente, devemos construir e quais os objetivos nacionais que devemos buscar? Como Nação, quais devem ser nossas prioridades de investimento? Para além de planejamentos regionais, como podemos explorar as sinergias e complementaridades entre as diversas regiões do País? De que modo podemos impulsionar a cooperação internacional a fim de alavancar nosso desenvolvimento sustentável?, indagou o parlamentar.
O senador alertou que é urgente debater em profundidade novos modelos de desenvolvimento para a Amazônia e para o Semiárido. Modelos, segundo Collor, que aproveitem ao máximo as potencialidades dessas regiões e sejam voltados para a promoção do crescimento econômico com justiça social e responsabilidade ambiental. “É fundamental incorporar a indústria do turismo de maneira orgânica e articulada na estratégia nacional de desenvolvimento. A quantidade de turistas que vêm ao Brasil está muito aquém do potencial de atração que têm nossas belezas naturais e nosso patrimônio cultural. Para impulsionar o setor, temos de reunir os atores, entender suas demandas e sanar os gargalos legislativos e burocráticos que existam”, defendeu Collor.
Debates
Como sempre faz nas comissões que preside, Collor sugeriu que a CDR faça um ciclo de debates ao longo desses dois anos para discutir temas que auxiliem na superação das desigualdades regionais e promovam o turismo brasileiro. As audiências públicas do ciclo devem ocorrer a cada 15 dias, provavelmente às segundas-feiras, e abordarão temas diversos, desde internet 5G, pacto federativo, reforma tributária, aviação regional e indústria da pesca até faixas de fronteira. Segundo o senador, os assuntos são tão amplos porque o desenvolvimento regional “transversaliza” toda a administração pública, e para resolver questões ligadas ao assunto, é preciso “abordar temas afeitos ao desenvolvimento como um todo”.
“Há muito por fazer. Precisamos passar do diagnóstico à ação. Tenho convicção de que esta Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo é fórum privilegiado para a construção das soluções de que o País necessita. Reduzir a vulnerabilidade dos mais carentes e aumentar o bem-estar das pessoas são dimensões incontornáveis do desenvolvimento regional. Conto com os senadores para contribuirmos com o esforço nacional de promover o desenvolvimento humano e combater as desigualdades regionais, para ajudar a tirar definitivamente o País do atraso”, expôs Collor.
Emprego
Flávio Bolsonaro destacou que os trabalhos da comissão poderão ser instrumento para gerar a dignidade que o brasileiro merece. Segundo ele, o desenvolvimento regional se tornará um dos canais de geração de emprego, com o novo marco do saneamento proporcionando investimentos bilionários no país. Também frisou o potencial do turismo brasileiro, que é subaproveitado. O número de turistas que vêm ao Brasil anualmente, pouco mais de seis milhões, é o mesmo que sobe no elevador da Torre Eiffel, em Paris, e isso precisa mudar, apontou.