pós a repercussão nacional, a oficial criou um movimento para dar voz às vítimas em todo o país e também para chamar a atenção para o problema. Ela desafiou as companheiras de farda a relatarem situações vivenciadas por elas no quartel, com hashtag "Somos Todas Maria" e "Assédio no Quartel".
Leia abaixo a nota da Câmara dos Deputados na íntegra:
A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados lamenta e repudia os discursos dirigidos à Tenente-coronel Camila Paiva, a primeira Mulher oficial do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas.
Desde que passou a denunciar nas redes sociais uma série de práticas violentas da qual foi vítima no ambiente militar, congregando ainda centenas de mulheres que compartilhavam da mesma situação, Camila Paiva tem sido objeto de comentários virulentos produzidos e disseminados por membros das próprias Polícias Militares e Corpos de Bombeiros de todo o país.
Esse tipo de comportamento se revela duplamente gravoso e reprovável. Além de atribuir às mulheres um espaço de inferioridade em relação aos homens devido a aspectos físicos, culturais e intelectuais que os diferenciam, pretende constranger as mesmas a adotarem determinados comportamentos considerados próprios de seu gênero. Esse discurso, uma combinação de machismo e sexismo, além de injurioso e, portanto, reprovável, impossibilita a sociedade, particularmente os militares, de avançar no campo dos direitos humanos, configurados dentro da lógica da diversidade.
O fato de as corporações militares serem constituídas majoritariamente por membros do sexo masculino não legitima, nem deve favorecer sob qualquer pretexto a construção e a divulgação de discursos ou comportamentos violentos dirigidos às mulheres, iguais em dignidade.
Esta Secretaria da Mulher permanecerá atenta em prol da igualdade de gênero e no combate a toda forma de discriminação e manifesta solidariedade e total a apoio a Tenente-coronel Camila Paiva de Alagoas.
fonte:tnh1.com.br