A geladeira velha é chamada de ‘esquentadeira’. Ela, com pequenas alterações, é usada para secar os objetos feitos de bambu em um assentamento rural em Bauru (SP).
A plantação de José Maria Rodrigues tem 120 touceiras de bambu numa área comum das 400 famílias do assentamento. No galpão, muitos produtores transformam e agregam valor à chamada ‘matéria-prima do futuro’.
Em meio a um ambiente de marcenaria, há alguns equipamentos especiais, fabricados com a criatividade dos agricultores. Para aumentar a vida útil do bambu, José Maria viu que precisava retirar o açúcar das fibras. Ele criou, então, o ‘substituidor’ da seiva.
O equipamento injeta um tipo de sal por pressão, o que ajuda a proteger a planta do ataque de pragas. Tudo é feito de forma simples, com canos de pvc, e com custo menor.
Cortar ripas para fabricar utensílios menores como talheres ou palitos de bambu ficou mais fácil com outra engenhoca. A peça que veio de um ferro velho ganhou lâminas e é usada para cortar os bambus.
No assentamento também há outra engenhoca conhecida como bicicleta raladora. Ela é usada para ralar mais de 20 quilos de mandioca em 20 minutos. A massa que sai do ralador depois transformada em polvilho e farinha.
A invenção do agricultor Vicente dos Santos Coimbra custou menos de R$ 200,00 e foi feita com uma bicicleta velha, pedaços de bambus, batente de porta, madeira de demolição, corda e objetos doados.