O comerciante Paulo Cupertino Matias, suspeito de assassinar o Rafael Miguel e os pais dele no último domingo (9) está sendo procurado pela polícia civil de São Paulo. De acordo com a policia, eles já possuem pistas que podem levar à prisão do acusado.
A polícia recebeu a informação de que o foragido teria tatuagens nos dois antebraços onde estaria escrito "marginal... sempre marginal".
Um grupo grande de policiais saiu da delegacia com fotos de Paulo Cupertino Matias. Nos vários lugares em que estiveram e pelos depoimentos tomados novas pistas vão surgindo. Se ele não se apresentar, a polícia já pensa em pedir a prorrogação da prisão temporária ou conversão em prisão preventiva.
O fato do pai continuar solto aumenta a tensão da filha Isabela. Ela afirma que desde o dia do crime não conseguiu descansar e assimilar o que aconteceu. "Eu preciso chorar e aceitar, porque estou com a sensação de que ele vai voltar. Eu não quero esquecer, mas não quero remoer. Eu só quero ter paz. A situação é extremamente dolorosa e triste. Está me tirando do eixo."
Ela é categórica ao afirmar que não voltará para a casa. "Um ambiente extremamente tóxico, com lembranças ruins. Eu não tenho motivos para estar lá", disse. "Nem que desse eu voltaria para lá. Não tem a menor possibilidade. Nunca foi um lar."
A jovem está na casa de uma amiga. Ela, o irmão e a mãe continuam se falando. "Eu pergunto como eles estão, se estão comendo. Estamos conversando."
Dia dos namorados
Isabela contou que passou o dia dos namorados, celebrado na quarta-feira (12), no cemitério, ao lado do túmulo onde os corpos de Rafael e dos pais dele, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50, estão enterrados.
Ela levou flores azuis. "É a cor preferida dele. Não podia deixar passar em branco. Foi bom para não deixar no esquecimento."
Relacionamento
A jovem disse que o contato entre ela e Rafael começou pelas redes sociais. "Ele era normal, humilde. Sempre foi bastante piadista, engraçado e inteligente."
O namoro foi descoberto pelo pai em novembro. "Ele disse que deveria ter dado um tiro na minha cabeça quando eu nasci", afirmou. "Talvez a forma de amar dele seja distorcida."
A jovem acrescentou que, apesar de desaprovar o relacionamento, o pai não tinha dado sinais de que cometeria o crime. "Eu imaginei que pudesse agredir, ameaçar, maltratar, mas isso, não. Não havia ameaças ainda."