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21/06/2024 às 12h23min - Atualizada em 21/06/2024 às 12h23min

“Dia do churrasco”: quem é o desembargador acusado de vender sentenças

Magistrado desde 1987, desembargador Ivo de Almeida é acusado na Operação Churrascada, da PF, de negociar sentenças durante plantão do TJSP

São Paulo – O desembargador Ivo de Almeida, de 66 anos, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), é o principal alvo da Operação Churrascada, deflagrada nesta quinta-feira (20/6) pela Polícia Federal (PF), contra um suposto esquema de venda de decisões judiciais.
Empossado desembargador há mais de uma década, Ivo de Almeida atualmente era o presidente da 1ª Câmara de Direito Criminal do TJSP. Ele foi afastado do cargo, conforme apurou o Metrópoles.
Fontes afirmam à reportagem, ainda, que a PF teria pedido a prisão do suspeito, mas a medida foi negada pelo ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator da ação.
Dois advogados de Ribeirão Preto, no interior paulista, também são alvo da ação. A investigação é mantida em extremo sigilo pelo STJ; nem o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) teve acesso aos autos antes de a operação ser deflagrada.
Segundo a PF, a Operação Churrascada recebeu esse nome em referência às datas do plantão judiciário do magistrado, chamado de “dia do churrasco” pelos envolvidos, quando supostamente aconteciam as negociações de sentenças.

“Elevar a grandeza do Tribunal”

Nascido em 1958 na capital paulista, Ivo de Almeida é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). No TJSP, ele começou como menor colaborador.

O acusado ingressou na magistratura em 1987, como juiz substituto na 3ª Circunscrição Judiciária em Bauru. Antes de voltar à capital, em 1989, também atuou nas comarcas de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e Cananéia, no litoral paulista.

Em 1992, Ivo de Almeida era o juiz corregedor do Carandiru, cadeia da zona norte da capital paulista, palco de um massacre que terminou com 111 presos mortos naquele ano. Ele chegou a depor no júri do caso e classificou a ação policial como “desorganizada”.
 

Ivo de Almeida foi empossado desembargador em junho de 2013, durante a gestão Ivan Sartori, então presidente do TJSP.

“Com esforço e dedicação, vamos manter e elevar o nome e a grandeza do Tribunal de Justiça de São Paulo. Essa grandeza está, a bem da verdade, no caráter e nos ideais de Justiça e de democracia de seus componentes, sejam magistrados, sejam servidores”, declarou o desembargador, na ocasião, durante a solenidade de posse. “Não devemos jamais perder nossa independência.”
 

Chocados

Entre as recentes decisões, Ivo de Almeida suspendeu o inquérito contra o humorista Bruno Lambert, acusado de capacitismo, em abril de 2023, e cassou a posse e o porte de arma do deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado Da Cunha, no caso em que responde por agredir a ex-mulher.
 

No Palácio da Justiça, sede do TJSP, a notícia pegou de surpresa os colegas de Ivo de Almeida. A acusação da suposta venda de decisões de um membro antigo do Tribunal deixou os demais desembargadores “chocados”.

Ao Metrópoles, o TJSP informou que não foi comunicado previamente sobre a operação desencadeada nesta quinta-feira pela PF. A nota afirma que, “de qualquer forma”, o Tribunal cumprirá as determinações do STJ e, assim que tiver acesso ao conteúdo do expediente, adotará as providências administrativas cabíveis.






























www.metropoles.com

 

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