Hospitais sem pagar colaboradores, clínicas que atendem pelo SUS há meses sem receber. Em alguns casos, a reclamação é a mesma tanto para a prefeitura de Maceió quanto para o governo do Estado. Mas esta semana veio à tona um caso mais grave. Além do “calote”, envolve ameaças e constrngimento.
A denúncia é de um gestor de clínica de fisioterapia que pede para não ser identificado, temendo represálias. Clínicas de fisioterapia que prestam serviços de saúde para a Prefeitura de Maceió estariam há pelo três meses sem receber pagamentos pelos serviços prestados.
“Estou trabalhando aqui na minha escola, Maria José Carrascosa, e eu vim aqui para falar de um assunto muito importante, o pessoal da BRA, uma empresa que cuida da limpeza e conversação não recebeu seus salários até hoje”, denunciou a professora Fátima Romar neste sábado (veja aqui o vídeo_).
Na terça-feira (12/12) a página David Empregos no Instagram (veja aqui) denunciou atraso no pagamento de salários dos trabalhadores da Via Ambiental, empresa contatada pela prefeitura de Maceió, que não receberam seus salários e ameaçavam greve
“Mais trabalhadores sem receber o salário. Além deles, profissionais da saúde também estão com salários atrasados. Por falar em salário, é importante lembrar que a segunda parcela do 13º salário deve ser paga até o dia 20 de dezembro. Muitas empresas não estão cumprindo com seus deveres.”, diz o texto postado no perfil.
No caso das clínicas de fisioterapia, a denúncia, aponta momentos de terror vividos por diretores e funcionários dos estabelecimentos, incluindo ameaças, coação e situações vexatórias.
Segundo a denúncia, o clima de medo piorou desde a chegada do atual Diretor de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Mairon Micael Soares Rocha. Ele é apontado como o principal causador do problema e os relatos são de a orientaçãopor lá é de “quem não quiser pode pedir para sair”.
A postura tem gerado um ambiente de tensão constante nas reuniões, impactando diretamente os prestadores de serviços de fisioterapia. Mairon e outra servidora, que tem cargo de auditora da direção, são acusados de abordagem desrespeitosa e pouco profissional nas interações com os gestores dos serviços.
O atraso nos repasses é um dos principais problemas enfrentados pelas clínicas, chegando a ultrapassar 60 dias. A situação é agravada pelo sistema utilizado para registrar os atendimentos, o BIOSUS, que é considerado falho e frequentemente apresenta problemas técnicos.
De acordo com a fonte, a gestão da SMS justifica os cortes nos repasses alegando que a produção é avaliada com base nos atendimentos registrados digitalmente. As clínicas, por sua vez, reclamam que o sistema não é confiável e que os registros por protocolo não estão sendo aceitos.
O que está por trás do atraso no pagamento e do clima de medo, segundo a denúncia, seria induzir a saída de alguns prestadores do Sistema Único de Saúde e garantir o repasse apenas para entidades “parceiras”.
Os relatos apontam para uma série de problemas, desde atrasos nos repasses até cortes significativos nos valores recebidos, prejudicando empresas e entidades como ADEFAL, PESTALOZZI, APAE, ASSOCIAÇÃO DOS HEMOFÍLICOS, entre outras.
As clínicas denunciam que, mesmo com 100% de verba do Governo Federal, os repasses estão sendo drasticamente reduzidos, sem justificativas claras e que falta transparência sobre a gestão dos recursos.
As denúncias destacam que a situação atual difere das gestões anteriores onde os prestadores recebiam em dia e sem cortes nos valores acordados. Clínicas que tinham um teto de mais de R$ 100.000,00 estão recebendo valores extremamente abaixo, como, por exemplo, R$ 2.000,00 a 3.000,00.
“O apelo é por transparência, justiça nos repasses e o respeito aos profissionais e entidades que desempenham um papel vital na saúde da população”, diz a fonte.
Veja aqui a denúncia da David Empregos: acesse o link
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