Nos últimos dias os vereadores de Maceió Kelman Vieira e Joãozinho Gabriel trouxeram a tona a existência de um personagem que alimentou o imaginário de políticos e jornalistas de Alagoas.
“Queremos saber quem é esse tal de dr. Mário e o que ele tem a ver com essas obras que a Braskem realiza em Maceió?. Vamos apurar e vamos descobrir”, disse Kelman em discurso na Câmara Municipal de Vereadores.
Veja trecho do discurso de Kelman em 8 de novembro deste ano:
– Vi até que recententemente o prefeito postou naquelas obras de duplicação da Durval de Góis Monteiro. Precisamos olhar com cuidado. Está chegando informação que inclusive é uma empresa de Cuiabá, uma tal de MTSul, que é um cara ligado a um tal de Dr Mário.
O mistério acabou. O dr. Mário em questão, segundo revelação do ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira, seria sogro do atual prefeito da capital, João Henrique Caldas, o JHC (PL).
A afirmação de Palmeira foi dada durante entrevista ao jonrlaista Wyderlan Araújo, no Canhão Podcast, nessa segunda-feira (11/12).
“O irmão do prefeito seja dr JAC, dr. JHC ou dr. seja lá o que for, esse deve tá feliz porque esqueceram dele, de um caso de uma possível agressão a noiva e com essa confusão toda pararam de falar no bichinho. E o sogro do prefeito também tá feliz da vida. Ele é de Mato Grosso. E tem uma empresa que tá aqui, fazendo um contrato para a Braskem, executando e utilizando esse dinheiro das vítimas sem licitação, uma tal de MTSul. Então ele deve tá muito feliz o dr. Mário”, disse.
Em seguida, responde questionamento de Araújo: “o vereador usa uma caneca do Mário Bross. Eu achava que era aquele o Mário, mas as coisas a gente vai descobrindo a cada dia e já tá na imprensa nacional que essa MTSul é comandada em Maceió por um sujeito condenado pela Lava Jato com na Colômbia e trouxeram para Maceió para comandar essa tal MTSul, que é uma empresa que nunca tinha executado obra em Alagoas e veio parar em Maceió para fazer obra com dinheiro da Braskem, obra de alargamento da Durval de Gois Monteiro, obra bacana, mas executada por uma empresa absolutamente se suspeita como ela veio parar aqui em Maceió e como o dr. Mário é o sogro do prefeito e é de Cuiabá deve tá muito feliz porque trouxeram uma empresa cuiabana executar obra sem Maceió. Deve tá muito feliz”.
“Antes disso (do acordo de R$ 1,7 bilhão), a Braskem contratou muitas empresas. Como foi feita essa contratação, quem indicou, qual foi o critério, qual a participação da prefeitura nisso? As pessoas vão ter que explicar isso na CPI, ao MPF, ao MPE que estão acompanhando o desenrolar deste acordo absolutamente vergonhoso e espúrio”, emendou Rui ao falar sobre dr. Mário.
A suspeita de influência do sogro do prefeito JHC em contratos com a Braskem foi apontada por reportagem da Agência Pública.
Veja o trecho:
Do Mato Grosso para Alagoas
A MTSul Construções, responsável pelo fornecimento da areia para o preenchimento das minas, dentre as outras obras de reparação citadas acima, está sendo investigada pelo Ministério Público Federal, por crimes contra o meio ambiente, o ordenamento urbano e o patrimônio cultural. Procurada, a assessoria de comunicação do MPF informou à reportagem que não pode dar mais detalhes sobre a apuração “para não prejudicar as investigações”.
A MTSul Construções foi fundada por Antoninho Bozetti, em 2005. A empresa tem sede em Cuiabá, onde divide o mercado com a empreiteira Agrimat Engenharia, que pertenceu ao sogro do prefeito de Maceió, Mário Roberto Candia Figueiredo até este ano. Em 2021, por exemplo, as duas empreiteiras venceram, com outras duas empresas, a licitação da prefeitura de Várzea Grande, região metropolitana da capital, para recuperação de vias.
Questionada se houve influência do prefeito João Henrique Caldas na indicação da MTSul junto à mineradora, a prefeitura respondeu que “cabe exclusivamente à Braskem a escolha de prestadores de serviços e fornecedores”, o que foi reforçado pela mineradora. A prefeitura também informou que as obras “são de responsabilidade da Braskem, executadas com recursos privados e estão sob supervisão dos órgãos de controle pactuantes do acordo socioambiental”.
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