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25/07/2023 às 10h07min - Atualizada em 25/07/2023 às 10h07min

Acordo de JHC com Braskem é cercado de mistérios, alvo de críticas e elogios: “bagatela”?

 

 

Em “Fato Relevante” ao mercado a Braskem comunica “que celebrou acordo com o Município de Maceió “Termo de Acordo Global” para pagamento de R$ 1,7 bilhão, dos quais cerca de R$ 700 milhões já haviam sido provisionados pela Companhia em exercícios anteriores”.

O prefeito de Maceió também fez o seu comunicado: “É a maior ação de recuperação de danos ambientais da história de uma cidade: R$ 1,7 bilhão. Agora vamos criar o Fundo de Amparo ao Morador (FAM). O FAM dará ainda mais assistência às vítimas, inclusive juridicamente. Além dele, vamos fazer o maior investimento público que a cidade já viu, porque toda a cidade perdeu muito com a tragédia e precisamos recuperá-la”.

Fora essas informações, o que resta é um verdadeiro mistério. Até o momento, as dúvidas só crescem. E com elas as críticas.

Aqui, reproduzo algumas perguntas que circulam na política e na comunicação:

  • O valor de R$ 1,7 bi será repassado à prefeitura, entregando à JHC a execução das recursos?
  • Do valor anunciando, haverá desconto dos valores de obras e serviços que já estão executados pela Braskem em Maceió, estimados em mais de R$ 360 milhões?
  • Se houver repasse, o será entregue todo de uma só vez á prefeitura ou haverá parcelamento?
  • Quanto do total será destinado ao FAM?
  • O investimento público será realizado pela Braskem com “indicação” da prefeitura, como ocorre atualmente?
  • houver repasse dos recursos, JHC poderá “gastar” livremente ou terá de submeter a aprovação da Câmara de Vereadores?
  • O acordo foi homologado pela Justiça?
  • A Braskem já “pagou” R$ 700 milhões, restando apenas R$ 1 bi para transferência?”

Apesar do Fato Relevante da Braskem, as dúvidas seguem. De fato a empresa informa que R$ 700 milhões já haviam sido provisionados em exercícios anteriores – ou seja, é dinheiro que está “reservado”, uma provisão, para despesas esperadas, mas ainda não realizadas.

Quanto ao valor do FAM, de acordo com diferentes fontes, é que ele deverá ficar entre 20% e 25% do valor global do acordo.

A utilização dos recursos, ao que tudo indica, deve seguir a fórmula atual: a Braskem gere os recursos, com o prefeito JHC indicando onde e como eles serão aplicados – dentro de algumas regras e entendimentos que envolvem também o Ministério Público.

“Bagatela”?

Os mistérios continuam. E até que detalhes do acordo sejam revelados, ele será alvo de questionamentos e críticas de um lado e de elogios a JHC, que na versão de seus aliados marcou um “gol” ao fechar o entendimento

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, diz que o acordo demonstra ações concretas e efetivas tomadas pelo município de Maceió para proteger a capital e as comunidades impactadas pelo desastre ambiental.

Lira elogia o JHC, afirmando que este feito merece reconhecimento de todos: “A garantia destes investimentos ajuda a minimizar ao menos o impacto em termos de prejuízos estruturantes para a municipalidade. A luta das famílias afetadas merece apoio, porém saber que esta reparação financeira chegará e será responsável por obras em Maceió, em benefício da população, é um passo importante”, disse.

Mas há quem ache que o acordo é uma “bagatela”. De fato, a julgar pelo comunicado do governo de Alagoas ao mercado, na semana passada, o Estado estima as suas perdas provocadas pela Braskem em mais de R$ 20 bilhões.

A vereadora Tecaa Nelma (PSD) trouxe luz à discussão ao apontar o valor do prejuízo para o município de Maceió, estimado entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Se esse valor é real, o acordo fechado por JHC ficou muito abaixo do que deveria.

No início da sua gestão (2021), JHC abriu as negociações com a Braskem, cobrando indenização da companhia para o município. A informação dada por fontes próximas ao prefeito é que a pedida era de R$ 6 bilhões e ele não aceitaria nada menos que R$ 3 bilhões.

Sem transparência, enquanto os “mistérios” não são esclarecidos, fica difícil saber se foi um grande negócio ou um a “furada”.

Versão oficial

Veja o que diz da assessoria de Teca Nelma

Teca Nelma critica acordo ‘irrisório’ de JHC com a Braskem e diz que prejuízo em Maceió pode chegar a R$ 15 bilhões

O acordo fechado entre a Prefeitura de Maceió e a mineradora Braskem, no valor de R$ 1,7 bilhão que será repassado aos cofres do Município, é alvo de questionamento feito pela vereadora Teca Nelma (PSD). Em suas redes sociais, a parlamentar evidencia que o afundamento do solo em cinco bairros da capital ocasionados pela Braskem causou danos entre R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões.

“O valor de R$ 1,7 bilhão se torna quase irrisório quando se calcula que os prejuízos ao município causados pelos crimes da Braskem sejam da ordem de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões. É claro que nenhum valor vai restituir as memórias e a dignidade das pessoas vítimas da Braskem, mas R$ 28 mil é muito pouco. Sim, isso só se levássemos em consideração a divisão do R$ 1,7 bilhão apenas para os moradores dos bairros atingidos. Esse acordo não representa as reais necessidades dos maceioenses. Acordos dessa natureza precisam, inevitavelmente, de transparência e participação efetiva da sociedade”, alertou a vereadora.

A vereadora cobrou do prefeito JHC os motivos de a sociedade não ter participado do acordo feito entre o Município e a Braskem. Teca Nelma ressaltou que existe a necessidade do Ministério Público Estadual, a Câmara de Maceió e o Governo de Alagoas dialogar também com a Prefeitura de Maceió para definir, de forma democrática e transparente, o destino dos recursos.





























vitalnews.com.br

 
 
 

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