O governador Paulo Dantas parece ter mudado de estratégia. Alguém deve ter soprado no seu ouvido – ou de seu marqueteiro – que a “melhor defesa é o ataque”.
A mudança de tom na campanha do candidato a reeleição para o governo de Alagoas foi iniciada nessa quarta-feira (19/10).
Desde que foi afastado do governo, em 11 de outubro, Paulo Dantas sofreu repetidos ataques, se limitando a respostas genéricas, sobre suposta interferência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) em investigação da Polícia Federal. A PF iniciou a “operação edema” em que o governador é investigado por suspeitas de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Alagoas.
Até então, Paulo Dantas se limitava a uma defesa pouco objetiva das acusações que sofria em torno da compra da casa onde mora e de outros investimentos, feitos com “dinheiro vivo”.
Em vídeo, gravado na quarta a noite, ele deu o primeiro esclarecimentos sobre a compra da casa. Nesta quinta-feira (20/10) o programa do candidato mostrou documentos que comprovariam que a aquisição do imóvel, ‘registrada em cartório’, teria sido feita com recursos de atividade privada.
Em paralelo, a campanha de Paulo Dantas iniciou uma ofensiva, com vários prefeitos acusando, em vídeos nas redes sociais, o candidato do União Brasil ao governo, senador Rodrigo Cunha de ser o responsável pela suspensão da distribuição de cestas básicas para 110 mil famílias.
Rodrigo Cunha também passou a ser acusado de tentar parar o programa Cartão Escola 10, que beneficia mais de 100 mil estudantes da rede estadual de ensino.
Nesta quinta a noite, os contra-ataques subiram um tom. O candidato do União Brasil passou a ser acusado de gastar mal verbas de gabinete do Senado, de ter feito um mandato fraco como senador e de não prestar contas de mais de R$ 54 milhões do “orçamento secreto”.
Desde ontem também, Rodrigo Cunha mudou o tom da campanha. Foi para a defensiva, explicando que não é o responsável pela suspensão da distribuição de cestas básicas. “Sem conseguir explicar as denúncias em que está em evolvido, Paulo Dantas espalha fake news sobre mim”, diz Cunha em inserção da sua campanha eleitoral na TV.
A estratégia ao que parece está dando certo – pelo menos para a campanha de Paulo Dantas. Pelo menos de objetivo era ganhar tempo, cortando a ofensiva da campanha de Rodrigo Cunha, que agora precisa gastar também um tempinho para se defender.
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