O governador Paulo Dantas (MDB), líder nas pesquisas e candidato à reeleição, é o postulante com a maior rede de apoio neste segundo turno, até o momento. Mais um exemplo deste fortalecimento foi visto na noite da última quinta-feira (6), quando ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD), que ficou em quarto lugar na disputa governamental, informou que vai apoiar Dantas.
Rui obteve 158 mil votos em sua candidatura e contou com apoio de prefeitos Mata Grande, Junqueiro, Messias e Barra de Santo Antônio, por exemplo, que segundo o ex-prefeito, tendem a migrar para a base de Paulo Dantas. Além destes prefeitos,
Na última semana, mais nove prefeitos alagoanos, que em seus municípios, somam mais de 100 mil eleitores, assumiram compromisso com a candidatura de Paulo Dantas. São eles: Adriano Barros (Joaquim Gomes); Leandro Silva (Junqueiro); Erivaldo Mandu (Mata Grande): Lívia Carla (Barra de Santo Antônio); Klinger Quirino (São Brás); Cícero Cardoso (Pindoba); Marcos Silva (Messias); Josias Soares (Minador do Negrão); e Arthur Freitas (Santana do Mundaú).
No primeiro turno Paulo contou com o apoio de 66 prefeitos e desde domingo tem buscado ampliar sua base aliada.
“Meu maior compromisso é com Alagoas, e não posso deixar de me manifestar nesse momento. Reconheço os avanços que tivemos nos últimos anos, quero que os bons programas e projetos continuem e que o governo avance no combate à pobreza. Portanto, não é hora de arriscar perder o que vem sendo construído. Declaro o meu apoio ao governador Paulo Dantas nesse 2º turno. E reafirmo que estarei aqui, com olhar crítico e voz independente, para ajudar nosso estado de Alagoas a seguir em frente”, disse Rui Palmeira em vídeo.
A Tribuna Independente buscou saber se outros candidatos ao governo que disputaram no primeiro turno iriam formalizar apoios a Dantas ou a Rodrigo Cunha (União Brasil).
Fernando Collor (PTB) não deve apoiar nem um dos dois candidatos. A assessoria do senador afirma que ele segue no apoio à reeleição de Bolsonaro, porém, sobre o segundo turno para governador, não deve se pronunciar.
O candidato ao governo pelo PSOL, professor Cícero Albuquerque, disse à Tribuna Independente que o diretório do partido se reuniu e deliberou na quinta-feira (6). Nessa sexta-feira (7) estaria se reunindo com o REDE e uma nota pública em nome da Federação PSOL-REDE deve ser anunciada neste sábado (8).
A Tribuna não conseguiu contato com os demais candidatos ao Governo de Alagoas derrotados no primeiro turno.
AVALIAÇÃO
A disputa no segundo turno acontece no dia 30 de outubro. No primeiro turno, Paulo Dantas recebeu 708.984 votos (46,6% dos votos válidos), e Rodrigo Cunha, 407.220 votos (26,7%). Para o cientista político Ranulfo Paranhos o apoio político dos que perderam as eleições é um ativo importante nas campanhas eleitorais.
“A aliança, o acordo político é um ativo muito importante em campanhas eleitorais, tanto no primeiro turno, quanto no segundo. Vale lembrar que no primeiro turno as alianças são chamadas de coligações. Elas são institucionalizadas e registradas, e os candidatos tanto à presidência, ao governo do Estado e prefeitura, podem ter mais de um partido na base. No segundo é comum quando candidatos que ficaram de fora, optem por estabelecer apoios políticos com aqueles que foram para o segundo”, explica.
“O inverso também é verdadeiro, quando quem foi para o segundo turno, busque o apoio de quem perdeu. Aí você estabelece alianças nas negociações”, continuou.
Ranulfo destaca que esse apoio tem um preço. “O apoio pode vir com a agregação de pautas ao programa de governo, como acontece com o PDT de Ciro Gomes, que hoje apoia a candidatura de Lula com a condição da entrada de três pautas ao programa de governo do petista. O PSD de Kassab não está tentando agregar pautas, mas quer espaço no próximo governo como autarquias em ministérios, por exemplo”, explicou o cientista.
O que é importante destacar ainda, segundo Ranulfo, é que a transferência de votos do eleitorado dos candidatos derrotados não acontece automaticamente e nem 100%.
“O apoio na verdade é um indicativo para que os eleitores do então candidato derrotado nas urnas, votem-no outro. É um farol, uma luz, porém, existe um time, que é o tempo decorrido do final da apuração até o candidato se pronunciar publicamente. O tempo não pode ser muito longo. Por exemplo, se o Rui Palmeira demorasse mais uma semana para se declarar, o efeito do seu apoio seria muito menor. A sua votação ficaria dispersa e não importaria mais o que ele declarasse”, opina.
EM CIMA DO MURO
“Especificamente sobre o comportamento de Rodrigo Cunha com relação a não declarar apoio ao presidente, isso tem um preço a ser pago. Ele está sendo associado ao Bolsonaro numa região onde o candidato do presidente teve 15% dos votos, juntando aos seus 26%, daria 41 pontos, o que não é o suficiente para a vitória”, explica o cientista político.
Porém, ao mesmo tempo que não se posiciona, segundo Ranulfo, ele deixa subentendido aos seus eleitores de primeiro turno que apoia o atual governo e pode perder eleitores do primeiro turno.
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