Candidato a deputado estadual por Alagoas, o coronel da Polícia Militar Marcos Vinicius Rodrigues Vanderlei dos Santos foi obrigado, pela Justiça Eleitoral, a retirar plotagem da caminhonete em que mostra o ex-presidente Lula (PT) e concorrente à Presidência da República na condição de presidiário.
Ele mesmo gravou vídeo e publicou nas redes sociais atestando a decisão cumprida. Os adesivos que retratavam Lula como bandido já foram retirados, em atendimento à ordem expedida pelo juiz eleitoral em ação movida pelo Partido dos Trabalhadores, alegando propaganda eleitoral feita de forma irregular.
Em março deste ano, o militar foi abordado por agentes da SMTT [Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito] na região da orla marítima de Maceió, sob a alegação de que o mesmo veículo, já adesivado com imagens de Lula por trás das grades, estava fora dos padrões de trânsito.
À época, o órgão explicou que a abordagem foi realizada com base no Código de Trânsito Brasileiro, orientando que conduzir o veículo com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas é uma infração grave.
“Fiz a primeira plotagem da caminhonete para participar do ato do 7 de Setembro do ano passado. Até março, estava circulando normalmente, quando fui parado pela SMTT, em um episódio complicado. Convicto de não estava infringindo as leis de trânsito, em maio, colocamos mais adesivos com a imagem de Lula preso. O PT entrou com ação para que eu retirasse a plotagem, mas não lograram êxito. Como sou candidato, agora teve essa decisão”, expôs o coronel Vanderlei.
Segundo ele, a intenção era transformar a caminhonete em um ‘camburão patriota’. Até a figura do presidente Jair Bolsonaro (PL) estava adesivada no vidro dianteiro do motorista, dando a entender de que o candidato à reeleição era o condutor do veículo. Questionado se poderia ter exagerado na adesivação, o militar diz que não e só queria expor um fato.
“Só há exagero quando se inventa uma história, aumenta, potencializa um fato, ou quando cria fatos que não existe. Simplesmente, estava exteriorizando um fato histórico, concreto e real. Lula foi preso e isso é inquestionável, não estava numa grade, claro, mas em um alojamento, recluso, sem poder sair. Foi a expressão do que milhões de brasileiros gostariam que tivesse acontecido e permanecido”, argumentou.
Vanderlei garantiu que não vai apelar da decisão. “Fui forjado, como militar, a obedecer regras, regulamentos, leis e entender que o meu direito não pode ser ilimitado. Existem normas para a campanha eleitoral e, como me voluntariei, preciso me submeter ao que a legislação prevê”, completou.
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