Jackson Vital dos Santos, 27 anos, foi preso na tarde desta terça-feira, 16, por matar a motorista de transporte por aplicativo Amanda Pereira, que teve o corpo encontrado no Rio do Meio, no bairro de Benedito Bentes, em Maceió. O homem, que contou ser autônomo e também fazer bicos como ajudante de pedreiro, admitiu que sufocou a vítima até a morte e que agiu com violência porque a mulher havia reagido ao assalto.
Logo após prestar depoimento à Polícia Civil, Jackson conversou com a imprensa e destacou que, com os braços, agarrou o pescoço de Amanda, como um golpe conhecido como "mata-leão". Segundo o assassino confesso, a motorista de app teria ficado descontrolada ao ir para o banco de trás, depois de ser rendida, e mordido a mulher que participou do latrocínio.
"O intuito só foi assaltar os pertences dela. No momento, ela reagiu, colocamos ela no banco de trás e houve luta corporal. Ela mordeu a menina ao lado da gente e demos um garrote para ela desmaiar. Eu pensei que ela tinha desmaiado, mas no trajeto, eu dirigindo, ela ficou o tempo todo desacordada".
"Não tinha percebido que tinha matado ela. A gente não queria fazer nada com ela, só queríamos que ela fosse atrás e não reagisse. Só queríamos tirar os pertences do carro, dinheiro, telefone... Só isso", continuou.
Jackson também declarou que o material do roubo e cerca de R$ 180 levados de Amanda ficaram com os dois comparsas, um homem e uma mulher, que ainda seguem foragidos. "Quando ela foi para o banco de trás, começou a se descontrolar. Aí peguei no pescoço dela e apertei. Ai ela desacordou. Pegamos telefone, dinheiro, o rádio e o estepe do carro".
Ainda de acordo com Jackson, o roubo teria sido planejado pela dupla. "É a primeira vez que pratiquei isso. Eles pediram no aplicativo deles. São do mesmo bairro. Somos conhecidos e eles tiveram a ideia", explicou.
"Nunca matei ninguém. Nunca assaltei. Eu iria me entregar hoje mesmo, tinha conversado com minha esposa, já estava nervoso", acrescentou o criminoso.
Jackson foi localizado na casa da namorada, no Conjunto Jarbas Oiticica, e tem ficha criminal na polícia por furto. Após a detenção, ele foi encaminhado ao Centro Integrado de Operações Policiais (Cisp), em Rio Largo.
Causa da morte - De acordo com o laudo do IML, a mulher foi morta por asfixia por estrangulamento. O corpo não apresentava evidência de abuso sexual. Foram colhidos vários vestígios como materiais biológicos para exames posteriores.
Ainda pela manhã, peritos criminais do Instituto de Criminalística examinaram o veículo modelo Volkswagen Voyage de placa KNS7A89, usado pela vítima antes de ser morta. A perícia no carro foi realizada na sede da Delegacia de Homicídios da Capital, onde o carro se encontra recolhido.
Roubo de "bens irrelevantes" - A Polícia Civil concedeu entrevista coletiva no final da manhã desta terça-feira (16), para falar sobre as investigações do caso da morte da motorista de app, Amanda Pereira. O corpo de Amanda foi localizado horas depois do carro ter sido encontrado abandonado no bairro Cidade Universitária.
De acordo com o delegado do caso, Rodrigo Sarmento, a principal linha de investigação é que mataram Amanda para roubar. O delegado disse, entretanto, que foram levados bens irrelevantes, como o estepe do veículo, o som automotivo e talvez uma quantia em dinheiro que estivesse em posse da motorista.
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