Uma mulher grávida, de 36 anos, procurou a Polícia Civil de Alagoas após passar por um procedimento de retirada de feto por causa de um aborto espontâneo e acabar descobrindo, uma semana depois, que o bebê está vivo. A família também vai procurar os meios legais.
O boletim de ocorrência foi registrado na terça-feira (12) na Delegacia Virtual de Alagoas, mas o fato começou no dia 1° de julho no Hospital Santa Casa de Maceió
Gersiane Moreira da Silva, então com sete semanas de gravidez, contou ao 7Segundos que procurou a emergência 24 horas da unidade de saúde porque estava com sangramento.
“A ginecologista obstétrica de plantão fez um exame do toque e falou que eu estava tendo um aborto. Pedi para fazer um ultrassom e ela disse que não seria necessário porque eu já havia perdido o bebê. Fui para o centro cirúrgico, onde fui submetida a um Procedimento de Aspiração Manual”, afirmou.
O Procedimento de Aspiração Manual, conhecido como AMIU, é um método de esvaziamento do útero após abortos, o mais indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, Gersiane Moreira conta que voltou ao hospital uma semana depois de passar pelo procedimento ainda com sangramentos. Ela foi encaminhada para o ultrassom e descobriu que o bebê, na verdade, estava vivo.
“Fui atendida pela mesma médica quando voltei na Santa Casa no dia 8 de julho. Ela me examinou e disse que o sangramento era resto de coágulo. Fui encaminhada de ambulância para fazer ultrassom e confirmar. Mas o médico que fez o exame disse que o bebê estava vivo, com coração batendo e apenas tinha um deslocamento”.
Depois de passar uma semana acreditando que havia perdido o bebê, Gersiane Moreira chegou a fazer um segundo exame de ultrassom ainda na Santa Casa de Maceió e um terceiro em uma clínica que procurou. Todos os exames confirmaram que o bebê está bem.
“Estávamos uma semana vivendo um luto que não existia. Estava chorando, fazendo tratamento psicológico, terapia apenas para poder dar conta de toda essa situação. Um erro mexeu com minha estrutura física e psicológica, estou com um descolamento , sem poder andar e de repouso”.
Gersiane Moreira contou que, após o hospital descobrir que o bebê estava vivo, não prestou qualquer assistência, nem tomou nenhuma medida.
“A médica que fez o procedimento descobriu, não sei como, o número do meu esposo e mandou uma mensagem, pedindo para falar comigo, querendo acompanhar o caso. Nós não respondemos”, relata.
O 7Segundos entrou em contato com a Santa Casa de Maceió que informou não ter conhecimento do assunto.
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