O histórico bairro do Jaraguá foi cenário de um dos maiores festivais de música já registrados em Maceió. O Abril Pra Cultura levou ao palco 72 artistas locais e gerou renda para centenas de pessoas. O evento aconteceu entre os dias 22 e 24 de abril e simbolizou a abertura dos eventos que coloca Maceió no circuito dos grandes festivais nacionais.
Foram quatro palcos temáticos. A Rua Sá & Albuquerque e recebeu o cortejo dos guerreiros, pastoris, cocos de roda, taieiras e bumba meu boi; na Praça Dois Leões se apresentaram as bandas de frevo e axé; o beco da Associação Comercial concentrou os sambas e os maracatus; na Praça Marcílio Dias aconteciam os shows de rock, reggae e MPB; no coreto do Jaraguá, em frente à praia, a festa era por conta do forró pé de serra e no domingo a Marcílio Dias foi totalmente dedicada a programação infantil.
Entre os artistas que subiram no palco está a Cris Braun, cantora e compositora, radicada em Maceió e com uma carreira consolidada em nível nacional. Para ela, tocar no festival gerou uma experiência afetuosa.
“A coisa mais bacana de tocar neste cenário - que embalou minha infância e adolescência - é a troca. Conhecer nossos artistas novos, ver a cena crescer, se profissionalizar e se fortalecer. O que deve ser feito é exatamente isso: proporcionar e levar as ruas e aos palcos essa diversidade criativa local, como foi feito neste festival bacana. Fiquei imensamente feliz de tocar na sexta e vi muita gente que estava lá para conhecer a Cris Braun”, comenta a cantora.
O presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), João Hugo Lyra, afirma que o Abril para Cultura gerou um impactou positivo em diversos aspectos. Entre os méritos, ele destaca a geração de renda, que contemplou diversas formas de economia criativa.
“Não foi só festa. O festival movimentou também a economia. Além dos editais, que favoreceram diretamente os músicos, também estimulamos a geração de renda de diversas famílias, como os ambulantes e motoristas de aplicativo. Também fizemos uma parceria com uma das maiores indústrias cervejeiras da região. Tudo isso faz o nosso festival ser tão importante”, salientou o presidente da FMAC.
Lininho Novais, secretário de Comunicação do município, garante que este é apenas o início de uma série de eventos que estão previstos para acontecer em Maceió. Ele assegura que todos os artistas da cidade terão vez para expor seus trabalhos e o público terá acesso a diversidade cultural que há na capital.
“Essa é a grande orientação do prefeito JHC. Então, esta é só a primeira de uma série de eventos que estamos programando para o calendário anual, fazendo assim, Maceió entrar nos grandes circuitos culturais. A determinação do nosso prefeito é garantir não só os grandes eventos, mas também potencializar ainda mais a geração de emprego e renda”, assegurou o secretário.
Diversão para as crianças
A diversidade do festival também contemplou o público infantil. O último dia do evento foi dedicado às apresentações lúdicas, com músicos, palhaços e mágicos. “Foram apresentações bem legais, todas as crianças gostaram muito", disse Guilherme Chagas, de 9 anos.
"Voltamos com chave de ouro"
Após dois anos de restrição, por conta da pandemia, os ambulantes comemoraram o retorno dos eventos públicos. Além do tradicional comércio de comidas e bebidas, o festival também movimentou a economia de bens culturais. Jailson Alvim levou uma banca de livros e discos e sentiu em casa diante da efervescência cultural que foi estabelecida no bairro do Jaraguá.
“Eu acho excelente as oportunidades como essas para poder expor nossos materiais. Depois de dois anos sem esses eventos, estamos voltando com chave de ouro. A procura por livros e discos está bem legal e espero que a gestão municipal continue assim, promovendo esses eventos”, diz o empresário de bens culturais.
O festival da capital alagoana permitiu que os artistas pudessem expressar suas opiniões livremente. Entre o público que concorda com essa postura está Jeamerson Santos. Para ele, o artista é um agente público que não pode ficar isento diante das questões sociais que atravessam o país.
“O artista precisa ser livre para desenvolver seu processo criativo que perpassa por sua sensibilidade diante das questões sociais que circundam o país. A realização de um festival nessa proporção, só reafirma o potencial artístico desta cidade, conhecida historicamente por sua diversidade e pluralidade cultural. Por isso, é valoroso respeitar a liberdade do artista”, comenta o maceioense.
Nenhuma ocorrência foi registrada pela Guarda Municipal de Maceió. E o que o público comenta é que o festival Abril Pra Cultura ‘abril com chave de ouro’ as portas dos eventos públicos municipais.
“Esses eventos fazem bem a alma, pois arte é primordial em tudo na nossa vida. Essa festa era tudo que estávamos precisando, depois de dois anos de pandemia. A arte é vida e o prefeito está de parabéns”, falam sorridente o casal Silvia Guedes e Petrucio Lopes, moradores do Jaraguá.