O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) afirmou à Gazetaweb, na manhã desta quarta-feira (29) que, caso seja confirmada a redução do adicional noturno dos agentes de polícia, a categoria fará greve geral. Segundo Ricardo Nazário, a diminuição entre R$ 400 e R$ 800 na gratificação seria para completar o aumento salarial dos delegados da Polícia Civil, aprovado em 2018.
"O governo aumentou o salário dos delegados e nós estamos tendo redução da renda. Somos servidores públicos e convivendo no mesmo ambiente de trabalho com uma aberração dessa dos salários. Só faz desmotivar os policiais. Vamos paralisar as atividades e fazer greve geral. Infelizmente não tem diálogo", disse Nazário, acrescentando que o incremento dos delegados chega a R$ 3.000.
Ainda conforme o presidente, outra medida adotada pelo Governo de Alagoas e que ainda não foi implantada, é o fechamento de todas as delegacias da capital às 18h. Dessa forma, uma empresa de segurança eletrônica seria contratada pra monitorar, com câmeras e alarme, os espaços. Já a população teria que aguardar o expediente seguinte para registrar ocorrências nessas unidades.
"Já não basta o assédio moral e sexual dos delegados, ainda tem falta de estrutura nas unidades e não temos periculosidade, falta efetivo, policiais trabalhando por quatro, porque faltam policiais e ainda essa diferença de salário. O governo faz isso, ao invés de agradecer aos policiais civis pela redução dos homicídios, que só aconteceu depois da criação da Delegacia de Homicídios".
Um ofício foi enviado ao delegado-geral Paulo Cerqueira nesta manhã para pedir esclarecimentos sobre a veracidade da informação. A Gazetaweb entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil que ficou de se posicionar sobre o caso.
"Nós não somos contra o aumento dos delegados. O que revolta é essa disparidade. São os agentes e escrivães que prendem, que trocam tiros com bandidos, que combate a criminalidade, que fazem B.O, TCO, flagrante, leva as delegacias nas costas. Se não fossem os agentes e escrivães, a Polícia Civil parava", ressalta Nazário.