Um relatório da Polícia Federal (PF) da investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes aponta um policial militar como responsável por atrapalhar os trabalhos da polícia.
A PF afirma que o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, criou uma história com a finalidade de confundir as autoridades - e aproveitou a trama para se vingar.
O atentado completou 14 meses este mês. A Polícia Civil afirma ter prendido os assassinos, o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz. O inquérito, no entanto, não aponta os mandantes.
MP pode pedir prisão de PM
Dodge pediu que a PF apurasse a conduta de agentes das polícias Civil e Federal no caso após indícios de irregularidades. O relatório tem 600 páginas.
Cabe, no entanto, ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentar denúncia ou não contra Ferreirinha. Ele pode ser preso por falso testemunho, segundo aponta a investigação da PF.
A informação foi inicialmente publicada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, e confirmada nesta quinta-feira (23) pela TV Globo.
De testemunha-chave a investigado
Durante meses, Ferreirinha foi considerado a principal testemunha do Caso Marielle. Em delação, o PM apontou Orlando e Siciliano como mandantes das mortes.
Em março, a TV Globo mostrou com exclusividade o depoimento da advogada de Ferreirinha à PF. Camila Nogueira disse que desconfiava da versão apresentada pelo cliente e que se sentiu usada.
A advogada esclareceu que "essa criação de Rodrigo Ferreira e a manipulação com os policiais civis que fez com ela foi mais um dos fatos que levaram a declarante a ter medo de ficar nessa situação".
Os delegados da PF que apresentaram Ferreirinha como testemunha também foram investigados, assim como alguns policiais civis. O relatório não aponta nada contra eles.