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18/07/2021 às 21h14min - Atualizada em 18/07/2021 às 21h14min

Relatório da CPI da Pandemia trará à baila crimes sanitários, diz Omar Aziz

Em entrevista à CNN, presidente da CPI da Covid-19 afirma que a comissão "não investiga pessoas, e sim fatos"

Tamires Vitorio e produzido por Elis Franco, da CNN, em São Paulo
CNN

Ao mesmo tempo em que a pandemia deixa mais de 540 mil mortos no país, a CPI da Pandemia tenta investigar, entre outros fatores, como a demora para a compra de vacinações por parte do governo federal pode ter impactado no número de casos e mortes no país.

 

Para o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o objetivo da comissão "não é investigar pessoas, mas sim os fatos". "O relatório da CPI trará a baila os crimes contra a vida, os crimes sanitários", disse em entrevista à CNN neste domingo (18), sem destrinchar os detalhes do relatório. 

As sessões da CPI foram suspensas devido ao recesso parlamentar -- que vai de 18 a 31 de julho --, e voltarão apenas no dia 3 de agosto. Nesse período, os senadores devem trabalhar em núcleos e começar a preparar o relatório final da comissão.

Segundo Aziz, a questão, no momento, não é descobrir somente se o governo é corrupto ou não. "O pior são as vidas que se perderam pelas brincadeiras de gabinetes paralelos", afirmou. 

 

Segundo vídeo obtido pela CNN, em 11 de março de 2021 o ex-ministro Eduardo Pazuello aparece ao lado de quatro pessoas e afirma a possibilidade de negociar 30 milhões de doses da vacina “no mais curto prazo possível”. A proposta oferecida ao ministro era de US$ 28 por dose da vacina. O valor, no entanto, é quase três vezes maior do que o contrato com o Instituto Butantan, que já estava firmado pelo governo brasileiro desde janeiro.

"A vacina, que era US$ 10, seria comprada pelo governo por quase US$ 28 se ele [Pazuello] permanecesse no ministério", continua Aziz, emendando que a CPI "continuará a investigar a compra de outros materiais, como luvas" para entender se crimes foram cometidos no momento de aquisição desses produtos. 

Aziz também afirma que a CPI "não pode prejulgar quem é o responsável". "O fato mais grave é que o presidente foi alertado e ele não tomou nenhuma previdência. Isso não justifica as 540 mil mortes no Brasil", diz. "Mas precisamos punir as pessoas para que não aconteça de novo."

CNN entrou em contato com a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) e com o Itamaraty e aguarda posicionamento sobre a entrevista de Aziz.

*Com informações de André Rigue, da CNN, em São Paulo


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