Os tripulantes indianos do navio que ficou encalhado no Canal de Suez durante seis dias, bloqueando uma das principais rotas marítimas do planeta, podem ser presos em meio à investigação para descobrir as causas do acidente no Egito. É o que revela um relatório ao qual o Times of India teve acesso, cujos detalhes foram divulgados na terça-feira (30).
Conforme a publicação, o governo indiano e as organizações de trabalhadores marítimos do país temem que os 25 tripulantes e o capitão do navio Ever Given sejam feitos de “bodes expiatórios” pela Autoridade do Canal de Suez (SCA). Dessa forma, eles levariam a culpa pelo encalhe da embarcação, que resultou em perdas comerciais em vários países.
Além da prisão domiciliar, a tripulação pode ainda ser proibida de participar de novas viagens internacionais até a conclusão do trabalho dos investigadores. E em último caso, eles estariam sujeitos a acusações criminais, de acordo com uma fonte ouvida pelo jornal.
Os responsáveis pelo Ever Given não deram maiores detalhes a respeito da investigação nem divulgaram os nomes dos tripulantes. Eles disseram apenas que os trabalhadores estão seguros e permanecem com uma “boa saúde”, além de estarem colaborando com a SCA.
Investigações continuam
Os motivos que levaram o navio cargueiro gigante a encalhar no Canal de Suez estão sendo investigados desde ontem (31). De acordo com o presidente da SCA Osama Rabie, o erro humano aliado às condições climáticas ruins no dia do acidente estão entre as prováveis causas.
A apuração incluirá uma análise das ações tomadas pelo comandante da embarcação e das condições de navegabilidade no dia em que ocorreu o bloqueio da movimentada via marítima, entre outras coisas.
Enquanto isso, algumas entidades indianas se manifestaram sobre o caso. O integrante do Conselho Nacional de Navegação Sanjay Prashar, por exemplo, pede uma investigação imparcial. Para ele, a análise do gravador de dados da viagem pode indicar com clareza o que causou o acidente.
Já o secretário-geral da União Nacional dos Marítimos da Índia (NSUI) Abdulgani Serang prometeu apoiar todos os tripulantes, auxiliando-os "no que for necessário".