Após a passagem do mutirão de limpeza e desinfecção contra Covid-19 em mercados públicos da cidade, proposta pelo Município, os lojistas do Shopping Popular de Maceió, no centro da cidade, voltaram ao expediente com maiores seguranças no enfrentamento ao vírus.
A pergunta que fica, no entanto, é se as ações de cunho preventivo bastam para garantir a fluidez do trabalho do comércio, uma vez que a queda no movimento entre os clientes tem raízes não só sanitárias, mas principalmente, econômicas.
Com o movimento diminuído, os comerciantes atribuem ao fim do auxílio emergencial o agravamento da distância dos consumidores de Maceió. Os lojistas, cujos pontos de venda resistiram, quase integralmente, ao período de maiores restrições, no ano passado, alegam, agora, sentir os efeitos da falta de poder de compra da população, diminuindo uma circulação já abatida pelas recomendações da pandemia.
Antônio Luiz, comerciante do shopping popular desde a sua inauguração, há oito anos, salientou que a dificuldade vai além das questões de saúde.
“Depois que zerou o auxílio, houve uma queda grande no movimento. Com o desemprego em todo o país e no nosso estado também, o povo não compra mais como antes. O povo tem que ter renda! E o único jeito é tendo emprego”, afirma o vendedor. Ele confirmou, ainda, que nenhum lojista do shopping popular fechou as portas por causa da pandemia, mesmo depois da fase de maiores restrições. “Todo mundo sobreviveu”, celebrou.
Um dos motivos apontados pelo profissional para a resistência dos comerciantes é o investimento em novo meios de chegar aos clientes. “Eu, mesmo, fiz a minha lojinha virtual no Instagram, vendendo minhas capinhas de celular, só assim enquanto estava tudo fechado”, explica.
No entanto, mesmo com as limitações, há quem afirme ter clientela razoável para não fechar as contas no vermelho. Lizandra Silva, comerciante do shopping popular há cinco anos, destacou, ainda, que a reabertura durante as festas de fim de ano foi um ponto positivo para a recuperação das vendas.
“Depois de um outubro quase zerado, o Natal teve um movimento muito bom. Hoje, estamos temos algo mediano”, relembra.
Para a lojista, a solução seria apostar em ações que tragam mais pessoas ao shopping. “Uma lotérica aqui dentro ou um caixa eletrônico 24h, qualquer coisa que aproxime mais as pessoas daqui, favorecendo a gente, seria uma vitória”, sugere Lizandra.
O diagnóstico da equipe de limpeza que visitou o espaço, na sexta-feira (19) e sábado (20), foi que a estrutura do Shopping Popular tem poucos problemas e está conservada. O local é limpo, bem ventilado e os banheiros estão em boas condições.
Uma vez desinfetados todos os 334 boxes, de aproximadamente, 3 metros quadrados, tudo o que falta para a manutenção do trabalho dos vendedores do local é a presença dos compradores. A esperança é por qualquer melhora no bolso do maceioense, fomentando maior presença de compra.