Dados divulgados pela Polícia Civil (PC-AL) nesta sexta-feira (10) mostram que 76% dos casos de feminicídios em Alagoas, registrados entre 1º de janeiro de 2015 e 30 de abril de 2019, foram esclarecidos.
O levantamento mostra que no período foram registrados 117 homicídios contra mulheres. Destes, 89 foram resolvidos.
Ainda segundo a PC, em Maceió e região Metropolitana, houve 40 assassinatos de mulheres, e 31 foram esclarecidos (78% do total). Já na região Norte, foram 26 homicídios e 16 elucidações (62% do total).
No Agreste e Baixo São Francisco, a polícia registrou 33 casos e elucidou 27 (82% do total). O Sertão foi o que apresentou o maior índice de elucidações, com 15 das 18 ocorrências esclarecidas.
O delegado-geral Paulo Cerqueira avalia que esses números são resultado de um esforço de delegados, agentes e escrivães, que estão aprimorando seus métodos de investigação e dando a atenção devida a esses crimes contra as mulheres, especialmente os homicídios.
Além disso, uma força-tarefa foi criada para agilizar a apuração destes crimes, com o objetivo de prender os suspeitos nas primeiras 24 horas após as ocorrências. Os trabalhos são monitorados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AL).
Assim sendo, delegados da capital e do interior podem solicitar apoio de grupos operacionais especiais da PC, como a Asfixia e o Tático Integrado de Grupos de Resgates Especiais (Tigre).
A polícia também aponta a criação do Núcleo de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUDEM), que funciona no 12º Distrito Policial (DP), em Rio Largo, como um fator importante para a resolução destes crimes.
Alagoas tem 3 Delegacias Especializadas de Defesa dos Direitos da Mulher (DDMs), sendo duas em Maceió e uma em Arapiraca. Apenas no ano passado, elas realizaram 2.357 atendimentos, a maioria deles envolvendo ameaça (1.170). Houve ainda 830 casos de lesão corporal e 243 de injúria, e outras denúncias de dano, calúnia e difamação, segundo dados da Assessoria Técnica de Estatística da PC.
A PC orienta que nos municípios onde não haja delegacia especializada, as mulheres vítimas de violência devem buscar atendimento nas distritais.