A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) abriu um procedimento interno para apurar as circunstâncias que teriam levado à prisão do médico e pesquisador da instituição Guilherme Franco Netto na manhã desta quinta-feira (6/8), em Petrópolis, na região serrana do Rio.
O pesquisador foi preso em uma ação da operação Dardanários, um desdobramento da Lava Jato no Rio, que investiga desvios de recurso na área da saúde. O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, foi preso na mesma operação. Netto é acusado de ser o contato na Fiocruz de um esquema de direcionamento de contratos.
A prisão do pesquisador causou surpresa na Fiocruz, já que Netto é um quadro muito respeitado da instituição, responsável por pesquisas importantes sobre o impacto das manchas de óleo no litoral do Nordeste no ano passado e sobre o rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho.
Ele assina diversos textos sobre saúde coletiva em parceria com a atual presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, e é considerado referência em temas de saúde e meio ambiente.
A Fiocruz foi surpreendida na manhã desta quinta-feira (6/8) com a informação veiculada pela imprensa sobre a prisão do pesquisador Guilherme Franco Netto", informou a instituição em nota. "A Fiocruz é rigorosa em seus mecanismos de controle e transparência inerentes ao sistema de integridade pública."
A nota lembra ainda que Netto é concursado e é um especialista de referência nas áreas de saúde e meio ambiente.
"Diante das circunstâncias e como procedimento regulamentar, a instituição instaurou procedimento apuratório interno", anunciou a nota. "A Fiocruz defende o princípio constitucional de presunção de inocência, tem convicção de que os fatos serão devidamente esclarecidos e está dando todo apoio necessário ao seu servidor, em contato direto com a família."