Flamengo e Grêmio pode ter muita coisa em comum, como a administração financeira exitosa, ataques com mais de 100 gols no ano e disputa pelo status de 'melhor time do Brasil'. Mas quando o assunto é uso do time titular, cada um fica no canto oposto. Adversários hoje (23), na semifinal da Libertadores, os dois clubes aplicam estratégias completamente diferentes para lidar com o desgaste do calendário apertado.
A segunda partida da semifinal da Libertadores entre os brasileiros começa às 21h30 (horário de Brasília). Com o empate em 1 a 1 no jogo de ida, em Porto Alegre, o Flamengo joga até pelo placar sem gols. O Grêmio precisa vencer ou obter escore igual a partir de dois gols.
A cultura de Fla e Grêmio em relação ao uso de titulares fica cristalina quando os números são colocados na mesa. No segundo semestre, o Rubro-Negro disputou 25 partidas e atuou apenas uma vez com equipe mista. Nunca mandou a campo uma formação completamente reserva.
Somente diante do São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro, titulares foram preservados. Três nomes do time considerado ideal ficaram no banco, mas entraram no decorrer do jogo. No mais, somente suspensões ou lesões forçam Jorge Jesus a mudar a formação.
"Minha cultura não é essa de poupar. E os jogadores provam domingo a domingo. Descansar? Isso não existe. Vamos descansar nos dias que temos. Quinta, sexta e sábado. Domingo é para correr. Se tivermos jogadores com sinais de lesão, aí é outra coisa", disse o português.
Depois da Copa América, o Flamengo acumula 17 vitórias, seis empates e duas derrotas. Aproveitamento de 76%, somando Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores. Vale lembrar que Jesus assumiu o comando do time diante do Athletico, em 10 de julho, pelas quartas de final da Copa do Brasil.
O Grêmio jogou duas partidas a mais que o Flamengo no mesmo período [foram os duelos com o Athletico, na semifinal da Copa do Brasil]. Renato Gaúcho usou os titulares em 18 dos 27 jogos disputados pelo clube gaúcho. O aproveitamento geral gremista após a Copa América é de 58%, mas o número salta para 68,5% quando são computadas apenas as vezes em que os titulares entraram em campo.
"Eles não pouparam por estar brigando na ponta da tabela. Eles buscam ser campeões do Brasileiro", resumiu Alisson. "O Grêmio foi um dos únicos clubes a jogar três competições ao mesmo tempo e o jogador não é robô. Não adianta eu botar em campo, ele estar cansado e não fazer o que a gente quer. Ainda tem o risco de lesionar. É impossível usar sempre o mesmo time", reiterou Renato ao tratar do uso de reservas no Brasileirão.
O UOL Esporte adotou o critério de considerar time titular quando a escalação teve seis ou mais jogadores considerados da formação ideal. Abaixo deste número, a equipe foi considerada mista. E com até dois titulares, o time foi considerado suplente.
Hoje, no Maracanã, o duelo de estratégias sobre o desgaste físico tem um capítulo decisivo.