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16/12/2023 às 13h21min - Atualizada em 16/12/2023 às 13h21min

Maceió tem ônibus “dois em um” no transporte escolar: dois alunos em uma cadeira

A frota, contratada de uma empresa de Sergipe, é antiga e os ônibus quebram com frequência

A prefeitura de Maceió conseguiu colocar uma nova modalidade de veículos no transporte escolar da capital. “Esse é o ônibus dois em um”, revela uma diretora de escola que pede para não ser identificada. “São dois alunos por cada vaga”.

A frota, contratada de uma empresa de Sergipe, revelam vários relatos de estudantes e professores, é antiga e os ônibus quebram com frequência.

Nessa quinta-feira (14/12) uma reportagem do Jornal de Alagoas trouxe depoimentos e, principalmente, documentos que comprovam que a Secretaria de Educação de Maceió está descumprindo normas do FNDE e “enfiando” mais de 80 pessoas num só ônibus.

Os documentos – o “atesto” com a rota de transporte da escola Paulo Bandeira, no Benedito Bentes, revela que alguns ônibus transportam 79 estudantes, além de monitor e motorista.

Segundo a reportagem, alunos de escolas do município de Maceió vêm sofrendo com a superlotação e a má qualidade nos serviços prestados pela empresa Localyne Transporte e Turismo.

Em relatórios produzidos por diretores de escolas municipais, eles apontam que o transporte na educação infantil de Maceió são feitos por “ônibus superlotado e colocando as crianças em perigo”.

O recomendável para o transporte de em média de 44 pessoas por ônibus. Na Paulo Bandeira, os ônibus levam quase o dobro de crianças são transportadas de uma única vez.

Cristiane da Silva, de 50 anos, diretora da escola, mostrou o Atesto do Transporte Escolar da unidade, que é encaminhado como relatório à Secretaria Municipal de Educação (Semed).


“Todos os dias as crianças chegam atrasadas na aula, calor, apertado, crianças indo a pé a viagem inteira, vomitando, passando perigo. O seu direito não está sendo garantido.”, relata observação no atesto da escola.

Segundo Cristiane, todas as escolas do município sofrem com a falta de apoio da Semed. “São todas que passam por isso, acho que não tem uma que não reclame.”

Em outra escola do município, a Major Bonifácio Silveira, localizada na Gruta de Lourdes, uma das responsáveis pelo espaço, que não quis se identificar, por medo de represálias da Semed. Ela diz que “não tenho como defender, os ônibus são muito velhos e ruins.”

A servidora conta que todas as unidades da rede municipal sofrem com a falta de estrutura de mobilidade adequada. São muitas crianças, muitas vezes em pé, com calor e correndo risco de se machucarem. “Já tivemos diversas aulas atrasadas por causa disso”, comentou a profissional da educação.

 

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