Os serviços de saúde ofertados no município de Pilar vêm contribuindo para melhorar a qualidade de vida de cada vez mais pessoas. E atrelada à série de investimentos em saúde pública, essas ações chamam a atenção, principalmente, pelo alcance social. Foi o que aconteceu à equipe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que esteve na cidade para ver de perto a consolidação de um direito fundamental, que é o direito à saúde.
Realizada esta semana, a visita contou com uma programação que incluiu várias palestras com profissionais das áreas da saúde e assistência social. Eles estiveram reunidos no Centro Cultural Mestra Bida, na Chã do Pilar, com Marta Magalhães e Cláudia Le Cocq, analistas da Fiocruz e responsáveis pelo trabalho de curadoria em saúde do Banco de Práticas e Soluções em Saúde e Ambiente (IdeiaSUS) – uma iniciativa de cooperação técnica entre a Fundação, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), tendo como finalidade a consulta e divulgação de práticas e soluções para o SUS desenvolvidas em todo o país.
Pilar foi contemplado com a curadoria da Fiocruz, considerada a mais importante instituição de ciência e tecnologia da América Latina, por ocasião da 17ª Mostra Brasil Aqui tem SUS, realizada em Campo Grande-MS, no ano passado, onde o projeto “Identificação de clusters e treinamento em serviço: estratégias para a abordagem da hanseníase no município do Pilar”, apresentado pela coordenadora de Vigilância em Saúde, Francinny Wanderley da Rocha, foi eleito o melhor trabalho da região Nordeste.
O projeto surgiu da necessidade de se compreender a dinâmica da doença por meio de dados epidemiológicos. Foi dessa forma que o Município chegou ao denominado “cluster”, que nada mais é do que uma área considerada de risco para hanseníase, permitindo-lhe uma análise fiel das ações de controle, bem como o diagnóstico precoce.
“Foi por conta desse projeto que recebemos a visita dos representantes da Fiocruz, que viajam o Brasil inteiro para conhecer práticas exitosas em saúde pública. Após concluir as atividades da curadoria, iniciadas no ano passado, a fundação vai relatar nossas ações em um livro, além de veicular os resultados de todo esse trabalho no Canal Saúde [emissora de TV pública sediada na Fiocruz, no Rio de Janeiro, onde são produzidos diversos conteúdos sobre saúde pública]”, explica a coordenadora Francinny Wanderley, acrescentando que, atualmente, Pilar já conta com um grupo de autocuidado para pessoas atingidas pela hanseníase e seus familiares.
Durante a passagem pelo município de Pilar, as analistas da Fiocruz também visitaram unidades de saúde e conheceram a Casa da Mulher Pilarense – que dispõe de estrutura completa para consultas e exames, ofertando, inclusive, práticas integrativas e complementares, como yoga e hidroginástica. A programação contou, ainda, com uma roda de conversa que teve a participação da coordenadora da Rede Universitária Nacional de Combate à Hanseníase (REUNA-hans), Clodis Tavares, e do coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Artur Custódio, que ministrou a palestra “Desafios da Hanseníase na comunidade: vencendo o estigma e fortalecendo a atenção primária”.
