Por meio de um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a hepatite B, o ministério vai dobrar o número de pacientes em tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, cerca de 41 mil pessoas têm acesso aos medicamentos, e a pasta projeta que, com as novas orientações, o número possa chegar a 100 mil nos próximos dois anos.
“Entre a principal mudança está a simplificação das indicações para o início do tratamento. Antes, o critério continha mais variáveis, o que exigia a necessidade de avaliação de um especialista. Agora, o diagnóstico com teste de carga viral detectável para hepatite B avaliado em conjunto com a idade será suficiente começar a medicação de forma imediata”, detalha o ministério em nota.
O protocolo também reduz o critério laboratorial necessário para o acesso à medicação. Antes, era necessário que o número de enzimas do fígado atingisse valor duas vezes maior do que o normal. Com o PCDT atualizado, o valor necessário passa a ser de 1,5.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, publicado pelo Ministério da Saúde, os casos de hepatite B caíram 36% entre 2019 e 2022. Em 2019, foram 14.350 casos confirmados, enquanto, em 2022, o número foi de 9.156.
Os casos de hepatite C passaram de 23.284, em 2019, para 14.124, em 2022, redução de 39%. O ministério alerta, porém, que a diminuição nos diagnósticos das hepatites B e C não significa avanço no combate à doença.
“Tivemos um impacto significativo da pandemia, e precisamos agora resgatar e ampliar os diagnósticos nas nossas unidades de saúde”, explica a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
A hepatite A teve 756 casos identificados, em 2022, contra 439, em 2021.