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05/07/2023 às 11h08min - Atualizada em 05/07/2023 às 11h08min

Sesau promove encontro para discutir cuidado aos usuários de álcool e outras drogas

Evento ocorreu nas cidades de Delmiro Gouveia e Maceió na segunda (3) e terça-feira (4)

Agência Alagoas
Encontro para debate sobre a assistência aos usuários de drogas ilícitas ocorreu em duas edições Olival Santos/ Sesau

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) promoveu na segunda (3) e terça-feira (4), nas cidades de Delmiro Gouveia e Maceió, o “Encontro Território Local e Cuidado para Usuários de Álcool e Outras Drogas”. Ação da Supervisão de Atenção Psicossocial (Suap), da Sesau, durante as duas edições do evento foram discutidas estratégias para assegurar o cuidado adequado das pessoas que são dependentes, evitando, dessa forma, o sofrimento mental delas.

 

 

O evento foi voltado para os profissionais da saúde, juízes, defensores públicos, promotores e procuradores que atuam na 1°, 8°, 9° e 10° Regiões de Alagoas, que compreendem 41 municípios da Grande Maceió, Litorais Norte e Sul, Agreste e Sertão. 

 

Também foram discutidos importantes temas como as determinações de internamentos involuntários e compulsórios e os danos que têm causado para a Rede de Atenção Psicossocial e a Rede de Saúde Mental em Alagoas. Durante o evento, o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro e doutor em Ciências Políticas, mestre em Ciências Penais e coordenador nacional do “Movimento Policial Antifascismo”, Orlando Zaccone, propôs um debate sobre “os riscos e perigos da proibição das drogas e as consequências para as estratégias de cuidado das pessoas em sofrimento psíquico devido o uso problemático delas”. O especialista no tema é autor dos livros “Acionista do Nada: Quem são os Traficantes de Drogas” (Revan 2007) e “Indignos de Vida (Revan 2014).

 

“Eu sou policial e participo de uma associação internacional formada por policiais a favor da legalização, como marco para reduzir a violência provocada por uma guerra que não protege o que diz que quer proteger, porque se diz que o combate ao comércio dessas substâncias é para proteger a saúde, mas em detrimento disto se produz muito mais letalidade. Você não têm um mercado de fármacos com violência - de tabaco, do álcool, nem do rivotril, nem da ritalina - porque são drogas legais. O que cria a violência não é a droga, é a proibição”, salientou.

 

 

A supervisora de Atenção Psicossocial da Sesau, a assistente social Tereza Cristina Moura, destaca que Orlando Zaccone trouxe discussões importantes sobre os riscos da proibição das drogas, e de uma política de encarceramento. “Fizemos esse link com a questão das estratégias de cuidado da política de internação, nas quais o usuário de drogas deixa de ser cuidado em um território e passa a ser agregado em serviços. O objetivo do evento foi trabalhar essa temática e trazer reflexões para repensar estratégias de cuidados que temos utilizado em Alagoas para cuidar dessas pessoas”, explicou.

 

 


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