Neste sábado (15) é comemorado o Dia do Professor em toda a rede pública de ensino de Maceió e no Brasil. E sobre esta data tão especial, professoras e educadoras das creches e escolas municipais relataram suas trajetórias e o que aprenderam exercendo a profissão. São esses profissionais que abrem caminhos do conhecimento para estudantes de diferentes níveis escolares e que transformam realidades como agentes sociais.
Para a Prefeitura de Maceió e a Secretaria Municipal de Educação (Semed), todos os professores são as excelências da casa, são portas de entrada para o futuro e devem ser devidamente valorizados.
É o que vem sendo feito durante a gestão JHC, a exemplo da conclusão do pagamento dos precatórios, dos biênios, do aumento da hora/aula, das melhorias nas condições de trabalho, especialmente na manutenção dos prédios das unidades escolares, o auxílio internet, como também a realização de dezenas de formações continuadas ao longo deste ano. Além disso, o Município deu início à segunda fase do projeto Valoriza Educação, que proporciona aos professores melhorias na qualidade do trabalho e garante auxílio internet de R$ 125,00 mensalmente para mais de 4.500 profissionais.
Somente no primeiro semestre deste ano, a Prefeitura investiu mais de R$ 171 milhões com a categoria. A administração atual efetivou o pagamento das progressões referentes a 2015/2017, 2016/2018, 2017/2019, 2018/2020 e 2019/2021. Em 2021, foi concedido o reajuste de 3% ao servidor da Educação. Atualmente, o Município tem pagado o professor R$ 25 a hora aula. Antes o valor era de R$ 20. É o primeiro reajuste após 10 anos de congelamento.
Segundo o secretário de Educação, José Neto, o professor é aquele profissional que auxilia no desenvolvimento do estudante e que deve ser sempre digno de honrarias. Ele também destacou que tem visitado as unidades escolares e estado mais perto dos profissionais, para escutá-los.
“O professor é a base da Educação de Maceió. Sem esse profissional, a cidade não avança no aspecto da formação de futuros cidadãos. A Semed, junto com a Prefeitura, tem auxiliado e ouvido esses profissionais, como também cumprido com as solicitações e demandas que são requeridas por eles. O nosso foco é atender os nossos professores o mais rápido possível, fazendo com que tudo seja realizado da melhor forma e eles sejam beneficiados como devem ser”, disse o secretário.
‘Eu não sei qual outra profissão escolheria’
Ieda Lopes é professora e educadora há 15 anos da rede municipal de ensino. Ela trabalha na creche Rodrigues Alves, localizada no Benedito Bentes, onde atua com crianças de seis meses a 5 anos de idade. A professora contou que se sente realizada com a profissão e que o aprendizado maior como educadora tem sido com as crianças da comunidade.
“Durante todos esses anos a gente vai aprendendo. Cada dia é um dia novo, cada dia a gente se depara com uma novidade, mas em resumo, eu aprendi a ser uma pessoa melhor. Aprendi com eles, os meus pequenos, as minhas crianças. Aprendi também que eles têm uma identidade e que não são uma folha em branco, como muitos dizem. Eu sou realizada como professora e realizada como pessoa, não sei qual outra profissão escolheria”, revelou.
Ela também reforça que são as crianças as protagonistas da vida. “O que eu puder proporcionar de atividade diferente para essas crianças, eu o faço, porque elas são as protagonistas da vida, do Cmei. Elas que decidem o que querem, o que podem, hoje em dia eles querem ir mais além. Isso é recompensador”, concluiu a professora.
A professora Rosângela de Fátima, de 49 anos, também é uma das profissionais da rede de ensino. Há 18 anos na Educação, Rosângela vem utilizando a criatividade, e criando novas formas e metodologias para captar a atenção dos estudantes em sala de aula. Atualmente ela trabalha na escola municipal Paulo Bandeira, localizada no Benedito Bentes. Ela acredita que ser professor hoje em dia é um grande desafio.
“É um desafio tanto para o aluno quanto para nós profissionais, no sentido de desafiar o aluno a aprender mais. É um desafio diário, mas compensador quando a gente compreende que tem alunos que têm uma mentalidade madura, que a gente está construindo um senso comum, um senso crítico”, disse a professora, complementando que o professora deve procurar sempre a inovação. “O professor tem que inovar com os materiais que ele tem e criar oportunidades através da criatividade. Fazendo isso, ele consegue aguçar a curiosidade e o entusiasmo dos alunos”.
Precatórios
Na última folha de pagamento, no dia 29 de julho, o Município alcançou a marca de R$ 93 milhões referentes aos precatórios e R$ 60,7 milhões transferidos em biênios. Ou seja, Maceió foi a única capital que concluiu todos os pagamentos dos precatórios, fazendo com que mais de oito mil profissionais fossem beneficiados.
Uma dessas profissionais é a Joseilda Oliveira, 41 anos, diretora da creche Monsenhor Luis Barbosa, localizada na Cidade Universitária. Ela está há 16 anos na Educação e há quatro anos é gestora da unidade. Joseilda contou que recebeu os precatórios e que o recurso chegou em uma boa hora.
“Eu consegui realizar meus sonhos e desejos com esse recurso, tive a oportunidade. Os precatórios contribuíram muito para isso, principalmente na compra de coisas novas que minha casa estava precisando. Com o dinheiro vou continuar organizando minha casa, vou trocar de carro, viajar e resolver outras pendências. Esse foi um presente do Dia do Professor”, comemorou.
Para ela, ser professora, especialmente em uma comunidade carente, faz muita diferença, ainda mais na educação de crianças pequenas. A professora e diretora também contou que ser professora era um sonho da infância e brincava disso quando era criança, e revelou que se sente feliz quando é abraçada pelas crianças.
“Eu já tinha uma professora dentro de casa que me inspirava. Eu já sabia o que queria desde criança. Me alegra ver a transformação na vida das crianças e acompanhar cada passo delas. Tem dias que chego no Cmei pela manhã bem cansada e preocupada com coisas pessoais, e quando chega uma criança de lá com uma florzinha para me dar, faz meu coração se acalmar”, revelou Joseilda, emocionada.
Formação continuada
A Educação de Maceió também proporciona diversos tipos de formação continuada para os professores da rede de ensino. Desde o começo deste ano, cerca de 384 formações foram realizadas de forma híbrida, presenciais e remotas. As formações são um marco na gestão JHC, por meio do programa Alfabetiza Maceió e de outros projetos, e possibilitam um maior engajamento dos professores no desenvolvimento do ensino-aprendizagem das crianças e adolescentes da rede municipal.
Há formação para profissionais da educação infantil, educação especial, ensino fundamental do 1º ao 5º ano e do 6º ao 9º ano, Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI), como também há formação de gestores e coordenadores pedagógicos. Essas ações estimulam os professores a criarem novas estratégias de ensino e comunicação em sala de aula e na comunidade, e a entenderem mais como funcionam as especificidades das metodologias.
Segundo os dados fornecidos pelo Centro Municipal de Formação, do começo do ano até outubro, foram realizados 39 encontros com educadores da educação infantil, 246 com professores do 1º ao 5º (Alfabetiza), 20 encontros com gestores, 10 formações com coordenadores pedagógicos, entre outros.
Veja a lista abaixo
Educação Infantil = 39 encontros de formação
Alfabetiza – 1º ao 5º = 246 encontros de formação
Coordenadores e Gestores– 1º ao 5º = 08 encontros de formação
EJAI - 1 segmento= 06 encontros de formação
EJAI – 2 segmento = 10 encontros de formação
Ensino Fundamental Anos Finais 6° ao 9° ano= 08 encontros de formação
Educação Especial = 10 encontros de formação
Coordenadores Pedagógicos = 11 encontros de formação
Gestores = 20 encontros de formação
Músicos = 05 encontros de formação
Psicólogos = 10 encontros de formação
Libras = 06 encontros de formação
TI – Sílvia = 08 encontros de formação
O professor e a Educação
Célia Viana de Oliveira há 37 anos trabalha na Educação e há 13 anos está na Semed. Ela contou que começou a trabalhar nas escolas municipais com estudantes surdos. Para Célia, o professor é a pessoa mais importante da educação, pois é ele que dá a essência e ritmo à sala de aula.
“É o professor que impulsiona, que move a educação, que move as vidas desses estudantes, que chegam na escola com esperança de mudança, de crescimento. É muito gratificante para mim e para todos os profissionais da educação acompanhar o crescimento e a realização de sonhos na vida desses estudantes”, refletiu, Célia.
Desde os 19 anos, Rosa Mística Machado trabalha como professora. Ela relatou que foi ela mesma quem escolheu a profissão e que se orgulha em fazer parte dessa área. A professora acredita que o Dia do Professor é um momento de reflexão sobre a importância do professor na sociedade.
“Tem muitas pessoas que julgam a minha escolha, mas escolhi porque eu quis. Estudei e me formei em escola pública. Me orgulho da minha formação. É uma das profissões mais bonitas e que deveriam ser mais valorizadas, porque é uma profissão que forma outras profissões. Dia do professor deveria ser todos os dias. Mediar conhecimento para os aluno é maravilhoso”, revelou a professora.
Outra profissional da Educação que está há bastante tempo na rede de ensino é a Wilaminni Suzan Sampaio. Ela é pedagoga, com especialização na área de linguagem e tem licenciatura em Matemática. Wilaminni atuou na educação infantil, ensino fundamental e médio, como também na EJAI. Atualmente é professora da EJAI na Escola Sérgio Luiz, localizada na Chã de Jaqueira. Ela acredita que o professor é aquele que faz do simples o extraordinário em sala de aula.
“Nós professores precisamos nos encantar, persistir e resistir. Educar precisa ser um ato de resistência. Resistência a uma realidade que pode ser mudada pela educação. Na rede municipal de ensino percebo que há uma educação humanizada, onde o aluno é considerado um ser potente”, afirmou a professora, que complementou dizendo que são as diferentes metodologias ativas que formam o aluno para vida. “São essas estratégias e metodologias que impulsionam os estudantes para uma aprendizagem significativa. O que o aluno aprende precisa ser correlacionado com sua realidade de vida”.
Lidianne Leite e Lira está há um ano e meio na rede de ensino e já celebra cada avanço que seus estudantes conquistam na Escola Municipal Maria José Clemente da Rocha, no Benedito Bentes. “Quando fui convocada em junho de 2021, pensei muito se iria assumir, mas o desejo de fazer a diferença na vida dessas crianças prevaleceu. E aqui estou eu. Ver essas crianças avançando, cada uma no seu tempo, é o que me motiva”, disse Lidianne.