A pouco mais de três meses do início da coleta do Censo Demográfico 2022, a maior parte das 27 Unidades Estaduais está próxima de encerrar a configuração, preparação e testes dos 183.538 Dispositivos Móveis de Coleta (DMCs), os smartphones que serão usados pelos recenseadores nas pesquisas do Censo. De acordo com o coordenador de logística e operações de informática, Bruno Gonçalves Santos, todos os equipamentos foram enviados às UEs ao longo de 2020, com a entrega finalizada em abril de 2021, e tiveram a preparação iniciada a partir de setembro do ano passado.
Os DMCs contarão com a lista prévia de endereços e uma intensa utilização de sistemas georreferenciados; além de chips 4G para transmissão direta para o Data Center Principal do IBGE no Rio de Janeiro. Caso não haja sinal das redes móveis, o recenseador poderá transmitir de qualquer lugar que tenha conexão WiFi. Durante a coleta, as equipes nas UEs e na sede, no Rio de Janeiro, poderão avaliar o conteúdo obtido e, eventualmente, solicitar uma correção, tornando o gerenciamento da coleta mais ágil.
Seguindo o modelo adotado no Censo Agropecuário de 2017, os DMCs podem ter os softwares instalados e as configurações realizadas de forma remota por meio do software de gerenciamento MDM (Mobile Device Management, ou gerenciamento de dispositivos móveis), que dá produtividade à operação censitária. Junto com o MDM, cada dispositivo móvel receberá um módulo Kiosk, um recurso que consiste em bloquear as instalações e utilizações de outros aplicativos (música, jogos, streaming) que não sejam relacionados à operação censitária.
Embora a política de seleção dos aplicativos tenha sido centralizada, toda a sua execução é descentralizada nas UEs. Os aplicativos vão sendo instalados a cada etapa do Censo 2022 – treinamento, pesquisa do entorno, coleta – para que todos os equipamentos sejam atualizados em um curto espaço de tempo. É mais fácil para quem está mais próximo, na ponta, baixar o software, fazer o controle e ver se o equipamento está funcionando.
“Em setembro liberamos o módulo de configuração MDM (Mobile Device Management) que permitirá o gerenciamento remoto. Foi a primeira etapa de preparação. Hoje, 85% dos DMCs já estão com essa primeira fase concluída”, explica Bruno Santos. “As unidades estaduais estão instalando os aplicativos de forma a atender a cadeia de treinamento. Cerca de 3 mil equipamentos foram preparados para o treinamento das equipes dos 500 profissionais das unidades estaduaiis. A meta é ter toda a configuração concluída até 1º de junho, tanto com os aplicativos de treinamento quanto os de coleta; a tempo para o início da capacitação dos agentes censitários municipal, agentes censitário supervisor e recenseadores. E também de forma a permitir a logística de distribuição para os postos de coleta e subáreas”, diz o coordenador.
Para o Censo 2022, o IBGE contratou mais de 240 mil equipamentos, dos quais 99% já foram entregues nas unidades estaduais. As contratações foram realizadas de forma centralizada e a entrega de todos os equipamentos foi feita na Sede de cada Unidade Estadual. Além dos 183,5 mil DMCs, foram adquiridos:
– 898 Laptops para coleta;
– 523 Laptop Supervisão (Subarea/área);
– 523 desktops subárea;
– 715 Desktop (áreas administrativa e técnica);
– 584 tablets;
– 921 impressoras, em processo de entrega;
– 480 conexões de banda larga fixa;
– 100 roteadores ADSL para os postos de coleta e 1.440 para subáreas;
– 791 chips e mini-modems de banda larga móvel 3G e 4G;
– 700 baterias externas, com registro de preço para 13 mil;
– 75 antenas VSAT;
– 225 Antenas BGAN.
“O principal desafio é a geografia do território nacional. Cada região tem uma particularidade. Há estados com distribuição por avião, mas, na região Norte, há distribuição inclusive por barcos. Temos de considerar isso para conseguirmos que os equipamentos estejam em todas as áreas na data final. Quando fizemos o processo licitatório solicitamos a entrega na sede de cada unidade estadual. Da sede para o interior dos estados, a responsabilidade é do IBGE”, afirma Bruno Santos.
Francisco Lopes, chefe da unidade estadual do Ceará, informa que a unidade estatual recebeu um total de 7.324 DMCs e 1.135 tablets, entre outros equipamentos. Os DMCs já receberam os softwares MDM e o módulo Kiosk e 63% já estão com os aplicativos instalados. Apenas 2,5% dos DMCs e 2,2% dos tablets precisaram ser formatados.
“Já temos um plano de distribuição com um caminhão que irá em cada sede de área fazer a entrega por meio de duas rotas. Os notebooks já estão sendo entregues aos coordenadores de subárea. Mais de 60% dos DMCs já estão prontos, e serão distribuídos assim que terminar a instalação prevista para abril”, prevê Lopes. “Estamos motivados e temos tranquilidade de que tudo estará nos postos até 1º de junho. Dia 6 de junho já começa o treinamento dos ACS e ACMs e o dos recenseadores em julho. Em 1º de agosto será iniciada a coleta, que termina em 31 de outubro. Vamos apresentar os resultados em novembro em cada município nas Reunião de Planejamento e Acompanhamento do Censo 2022”, avisa do chefe do IBGE no Ceará.
Na unidade estadual do Pará, 6.093 DMCs foram entregues em 2021. Em novembro, foram iniciados os trabalhos de configuração com uma equipe de dois servidores da supervisão de informática e seis agentes censitários operacionais. O chefe da unidade estadual do ParaáA, Rony Helder Nogueira Cordeiro, informa que 75% dos equipamentos (4.600 DMCs) já estão prontos para serem distribuídos para as agências. Os restantes (25%) serão exclusivos para as agências da capital e Ananindeua (cidade vizinha a Belém).
“Somos o segundo maior estado do Brasil em área, com agências distribuídas em todo o território. A logística de distribuição exige planejamento rigoroso e atenção. Por isso a necessidade de aprontarmos, primeiro, os DMCs das agências do interior. Outro ponto chave é a segurança dos DMCs durante o transporte e acomodação nas agências. Parte irá em veículos oficiais, parte pela empresa de correios e parte em transporte fluvial. Todo cuidado é pouco”, ressalta Cordeiro.
Dos 4.600, já foram distribuídos 680, sendo 200 para Santarém, 200 para Cametá, 200 para Redenção e 80 para Paragominas. Além disso, foi iniciada a primeira etapa da cadeia de treinamento dos multiplicadores para o Censo 2022. Os DMCs selecionados para essa capacitação estão funcionando adequadamente. “Em nosso planejamento, esperamos concluir a operação de configuração dos DMCs até 20 de abril e a distribuição já está em andamento e deve ir ser concluída em maio” informa Cordeiro.
A unidade estadual de Tocantins recebeu 1.307 DMCs a partir de maio de 2021 ainda sob os efeitos da pandemia, exigindo um escalonamento em cinco partes para que a demanda do Censo e os protocolos de saúde fossem atendidos. O chefe da UE-TO, Paulo Ricardo da Silva Amaral Jesus, informa que 80% dos aparelhos (1.043 unidades) foram destinados às agências do interior. “Com o objetivo de racionalizar os custos, enviamos os equipamentos por meio dos servidores que participaram da primeira etapa da cadeia de treinamento. Temos plena convicção de que todos os dispositivos estarão prontos para o início do Censo 2022”, diz Jesus.
Em Santa Catarina 99% dos DMCs já estão prontos para a operação censitária e 35% já foram distribuídos. Segundo o chefe da unidade estadual, Roberto Kern, a estratégia tem sido usar a logística dos treinamentos para fazer a distribuição.
“As áreas têm vindo à sede para o treinamento centralizado e, a medida em que eles estão retornando para suas áreas, estão levando os equipamentos. Esperamos distribuir 100% dos DMCs nas próximas semanas. A expectativa em termos de equipamentos de TI é muito boa. Acreditamos que não teremos dificuldades, os equipamentos foram testados e não apresentaram maiores problemas”, concluiu Kern.
ama-al