Mais de 20 profissionais de várias regiões do país seguem realizando, até esta quinta-feira (31), um mutirão de rastreamento do câncer colorretal no interior de Alagoas. É que a cidade do Pilar foi escolhida para o primeiro grande encontro – ocorrido nesse final de semana – de duas sociedades médicas que discutem a importância do diagnóstico precoce da segunda neoplasia frequente entre os brasileiros.
O rastreamento nada mais é do que uma busca ativa junto a pessoas assintomáticas, mas que integram a faixa etária de maior risco (entre 50 e 70 anos de idade) para esse tipo de câncer. Outros 200 pacientes, que passaram por triagem prévia, também são acompanhados. A expectativa é de que seis mil pilarenses sejam beneficiados.
“O rastreamento do câncer colorretal é extremamente importante. Com ele, descobrimos se a pessoa tem o tumor numa fase inicial ou lesões que o antecedem e que, se tratadas, têm cura. Já quando identificado sangue oculto nas fezes, o paciente, então, deve fazer uma colonoscopia para o diagnóstico ainda em fase inicial, seguido do tratamento das alterações no intestino ou reto”, explica o presidente da Comissão de Ações Sociais da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e coordenador da campanha nacional Março Azul, Marcelo Averbach.
Por meio da colonoscopia, também é possível realizar biópsias caso o especialista identifique lesões consideradas avançadas. “É um método de intervenção precoce, que evita o desenvolvimento do câncer colorretal”, reforça vice-presidente da SOBED, Herberth Toledo.
Parceira do mutirão, a Prefeitura Municipal do Pilar garantiu a distribuição de dois mil kits para o rastreio do câncer colorretal. Prefeito do Pilar, Renato Filho destaca o alcance da iniciativa. “A política de assistência à saúde é prioridade no Pilar. Prova disso é que nosso primeiro ato foi reabrir o Hospital Nossa Senhora de Lourdes. E realizamos outros investimentos importantes. Um deles é o Hospital do Futuro, que está sendo erguido com recursos próprios e terá 159 leitos, sendo 10 de UTI, tornando-se uma referência para toda a região”, avalia o gestor.
Já Renato Rezende, que é pai do prefeito Renato Filho e atende no Hospital Nossa Senhora de Lourdes, no Pilar, não esconde a satisfação de poder recepcionar grandes estudiosos do aparelho digestivo. “Pilar foi escolhida em reconhecimento ao belo trabalho que vem sendo feito na área da saúde, da atenção básica à média e alta complexidade. Fomos brindados com esta oportunidade e, agora, esperamos fazer desta força-tarefa um exemplo para o Brasil”, destaca o cirurgião.
Prevalência
Apesar de pouco divulgado, segundo o Ministério da Saúde, o câncer que atinge o intestino grosso ou o reto é o segundo tipo que mais mata homens e mulheres no Brasil. Somente em 2020, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou o surgimento de 20.540 casos novos de câncer colorretal em homens e de outros 20.470 em mulheres. No geral, aproximadamente 85% dos casos são diagnosticados em fase avançada.