Informe técnico publicado na sexta-feira (25/02) pelo Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE), aponta que fontes eólica e solar no Nordeste somaram 45,5% na matriz de geração de 2020 e, pela primeira vez, transformaram a região de importadora para exportadora líquida de energia elétrica. A nova configuração da geração no Brasil modificou os intercâmbios entre estados e regiões, proporcionando maior diversidade de soluções de suprimento.
A região Nordeste teve déficit de 21% de geração em 2000, de 3% em 2019, e passou a ter superávit de 12% em 2020, onde superou a demanda total. Em 2000, seis estados realizavam a exportação líquida de energia elétrica, esse indicador passou a 14, em 2020. Essa nova configuração exigiu, entretanto, uma forte expansão das linhas de transmissão, dobrando de 2000 para 2020.
O século 21 está sendo protagonista de matrizes regionais de geração elétrica menos concentradas e mais diversificadas por fonte. No século 20, a expansão hidrelétrica ocorreu prioritariamente junto aos maiores centros de carga, das regiões Sudeste e Sul. Estas duas regiões responderam por quase 70% da geração hidráulica do Brasil ao final de 2000 e, em 2020, o indicador já recuou para 48%.
Além do deslocamento regional, a geração hidráulica perdeu significativa participação ao nível das regiões, sendo complementada por expressivas expansões da eólica, solar e geração por bioenergia.
O agravamento da seca em 2021 e a não necessidade de racionamento é a demonstração de que os encaminhamentos para uma matriz de geração menos dependente da hidráulica foram e estão sendo fundamentais.
ama-al