Relembrar as grandes cientistas e incentivar que as estudantes possam ser uma delas é o que a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) tem proporcionado ao longo dos anos. Neste dia internacional das mulheres e meninas na ciência, o protagonismo feminino na rede estadual tem sido premiado. E, agora, ele pode ir cada vez mais longe graças aos inovadores programas do Governo de Alagoas como o Professor Mentor, que desenvolve o projeto de vida dos alunos, e o Cartão Escola 10, maior programa de combate à evasão do país.
“Só de imaginar o fato de que um número considerável de pessoas não sabia sobre os impactos de grandes feitos das mulheres é para se incomodar. A partir de um filme passado na eletiva de teatro da minha escola, percebemos a necessidade de se discutir a ausência delas na ciência, visto que não eram citadas nas aulas. Poder contribuir com a visibilidade destas figuras femininas e de suas realizações, assim como dar vida novamente a essas cientistas, me enche de orgulho até hoje”, partilha Andressa Rocha, concluinte da E. E. Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios, onde integrou o projeto “Esquetes Teatrais sobre Mulheres na Ciência”.
No ano que terminou os estudos, em 2021, a jovem teve a oportunidade de reacender a memória da alagoana que revolucionou o tratamento psiquiátrico e foi expoente da luta antimanicomial, a médica Nise da Silveira. Graças a interpretação dela e das demais integrantes, o projeto foi reconhecido nacionalmente com o prêmio Arte na Escola Cidadã, na categoria ensino médio.
Hoje, formada, Andressa reconhece a importância da experiência que teve, assim como do Cartão Escola 10 para seguir o seu sonho. “Quero fazer Relações Internacionais e fazer uma especialização em estudos femininos fora do Brasil. Investi as bolsas do Cartão nas provas de proficiência e vestibular dos Estados Unidos. Estudar mais não só os impactos, lutas e conquistas das mulheres na ciências, mas também delas como um todo é o que me fascina”, conta.
A paixão pela ciência
Da fórmula, passando pelo nome até a embalagem dos produtos sustentáveis são pensadas em conjunto pelos estudantes que têm projetos de iniciação científica orientados pela professora Tatiane de Omena Lima. Ela, que ama ver o encanto dos jovens pela ciência, leciona química nas escolas estaduais: Arthur Ramos, em Pilar, e Professor Theotônio Vilela Brandão, no Poço, bairro da capital alagoana.
Em ambas as unidades, Tatiane orientou um grupo de estudantes do Ensino Médio em 2021, marcando o ano com sucessos. Apesar das adversidades da pandemia, tanto o SLIMP, marca dos produtos de limpeza sustentáveis a base da folha da bananeira projetado com três alunas de Pilar como o CORESÍ, projeto de produtos de higiene pessoal feitos da água, do bagaço e da casca de coco por um casal de estudantes dela foram finalistas da Febrace (Feira Brasileira de Ciência e Engenharia).
“Procuro, através de projetos como estes, incentivar outros jovens e outros professores a participarem da iniciação científica. Os nossos alunos só precisam de apoio e de uma forcinha para que ideias brilhantes saiam da caixinha. Agora, com o programa Professor Mentor, pretendo fazer mais, porque sempre sonhei com a oportunidade de conseguir horas específicas para desenvolver projetos com a turma”, declara a Porª e Mentora Tatiane.
2022: Novas conquistas
O ano letivo de 2022 começou a pouco tempo, mas já tem boas novas a caminho. Em Maceió, no bairro de Chã de Bebedouro, a E. E. Miguel Guedes Nogueira passou na primeira fase da Febrace e vai representar o nosso estado na fase final da maior feira de ciências e engenharia do país. O evento será online de 21 a 25 de março.
“Essa conquista é muito gratificante para todos. A nossa Horta Hidropônica, que é plantação de alface irrigada com o uso de princípios da robótica, é uma construção interdisciplinar de anos e, sem dúvidas, uma grande superação. Ao longo do tempo, se aprimorou, mostrou que solos com muitas formigas têm solução e ficou em posições de destaque tanto no encontro estudantil como no encontro experimental do estado. Agora, chegando à Febrace é a prova de que a ciência pode ser feita no chão da escola pública e que os estudos são um meio de melhorar a vida. É isso que quis mostrar às minhas alunas durante o projeto”, relata a professora orientadora Klévia Delmiro.
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