Neste 1º de dezembro, quando é celebrado o Dia Mundial da luta contra a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) alerta sobre questões importantes a respeito da doença infecciosa que mais mata no mundo e que está na lista dos principais desafios urgentes e globais à saúde, divulgada em 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Aids é uma doença incurável, provocada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que pode comprometer o sistema imunológico, tornando o corpo suscetível a alguns tipos de cânceres e a doenças oportunistas, como tuberculose, pneumonias graves, toxoplasmose e histoplasmose.
Ontem (30), o Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), localizado em Maceió, alertou que os diagnósticos de HIV/AIDS sofreram interferência da pandemia de Covid-19 e, ultimamente, muitos pacientes têm chegado aos Serviços de Saúde com sintomas graves.
Ellys Maynara Soares, técnica das IST´s/AIDS e hepatites virais, explica que nem todas as pessoas que têm HIV desenvolvem a doença, mas o tratamento é essencial mesmo para quem não apresenta os sintomas da doença.
“É muito importante o diagnóstico e também o tratamento precoce, feito com antirretrovirais, das pessoas infectadas pelo HIV. É o tratamento que proporciona melhoria da qualidade e expectativa de vida do portador do vírus e também proporciona controle da transmissão do vírus para outras pessoas, por conta da supressão viral”, salienta.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), entre 2000 e 2019, as novas infecções pelo HIV caíram 39% e as mortes relacionadas ao HIV caíram 51%, com 15,3 milhões de vidas salvas graças à terapia antirretroviral.
Maynara lembra, ainda, que o teste rápido é o método de diagnóstico para HIV e que o uso de preservativo é o melhor meio para prevenir a infecção. “As pessoas podem procurar as unidades de saúde para realizar o teste rápido pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. Nessas unidades também são disponibilizados preservativos, para a prevenção do vírus”, completa.
Transmissão - De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a transmissão pode ocorrer por meio do contato com fluidos contaminados durante a relação sexual desprotegida, compartilhamento de seringas, agulhas e objetos cortantes, na transfusão de sangue contaminado, no momento do parto e pela amamentação.
Dados da OPAS revelam que 38 milhões de pessoas no mundo estavam vivendo com HIV até o fim de 2019. E, apesar de a infecção por HIV já ser considerada uma condição de saúde crônica gerenciável, permitindo que as pessoas que vivem com o vírus tenham uma vida longa e saudável, até agora, no mundo, mais de 33 milhões de pessoas já morreram em decorrência da AIDS.
De acordo com o boletim epidemiológico de HIV/AIDS divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, atualmente, aproximadamente 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento antirretroviral.
No Brasil, em 2019, foram diagnosticados 41.909 novos casos de HIV e 37.308 casos de AIDS. Em Alagoas, nesse mesmo período, foram diagnosticados 803 novos casos de HIV e 328 casos de AIDS. Ou seja, dos novos casos de HIV notificados no Brasil, menos de 2% foram de Alagoas, e com relação aos casos de AIDS diagnosticados no país, menos de 1% eram alagoanos.
Vale lembrar que HIV está na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública.
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