Indicadores apresentados no encerramento do projeto Lean nas Emergências, apontam que o tempo médio de permanência de pacientes adultos no Hospital Geral do Estado (HGE) baixou de 14 dias, em novembro de 2018, para 11 dias. O que vem refletindo na diminuição do fluxo de pacientes na área Azul da unidade hospitalar e na assistência mais humana aos alagoanos.
De acordo com a gerente do HGE, Marta Mesquita, ações sociais, como a busca ativa de pacientes realizada nos leitos de internação do hospital, vem contribuindo com essa diminuição, além de outras ações efetivadas.
“Ponderamos cada caso dos pacientes aqui internados. Pacientes do interior, acamados, por exemplo, que podem dar continuidade ao tratamento em seus municípios de origem e outras situações, estão sendo analisadas com maior critério”, frisou.
Ela explicou que, em geral, as ações do Lean vêm sendo realizadas antes de novembro de 2018, quando a unidade hospitalar foi selecionada para participar projeto, parceria entre o Hospital Sírio-Libanês e o Ministério da Saúde (MS), via Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
“Uma equipe nossa foi participar de um evento com os hospitais que faziam parte do projeto e ficamos impressionados. Trouxemos para a nossa realidade, mesmo sem sermos selecionados ainda”, salientou a médica.
Entre as ações efetivadas no hospital, foram realizados treinamentos com as equipes, desenvolvidas ferramentas de controle de ambulâncias, de regulação de leitos e criada uma sala de decisão. A unidade hospitalar também intensificou a busca ativa de pacientes para transferência, implantou o controle de solicitação e realização de exames, assim como uma revisão no período da tarde, visando avaliar novos resultados exames.
Milena Gama, representante do projeto Lean nas Emergências, explicou que eram realizadas reuniões quinzenais com os profissionais do hospital e representantes do projeto.
“As ferramentas do Lean foram implementadas, eles intensificaram a avaliação na decisão de internação de pacientes, o estimulo da cultura no planejamento de altas, para anteceder as ações sociais e administrativas, também estão vigilantes e cobram mesmo uma ação mais efetiva aos secretários de Saúde dos Municípios, quanto ao retorno dos pacientes nas altas e maior vigilância nos processos de assistência para reduzir os atrasos nos planos terapêuticos o que tem funcionado muito bem”, contou.
A médica Amanda Pereira, também representante do projeto, ressaltou que o HGE destaca-se entre todos os outros 36 hospitais participantes do Lean nas Emergências.
“Este hospital foi o único que, antecipou ações antes da efetivação do projeto. Já chegamos à unidade com os corredores vazios. Os profissionais daqui, com muita responsabilidade, adiantaram ações antes do projeto entrar. O HGE fez história no Lean e faz história na vida dos pacientes dia a dia também. E cada vez melhor”, comemorou a médica.
Lean nas emergências – Lean é inspirado em uma filosofia de gestão utilizada nas grandes empresas: o toyotismo. Chegou na área da saúde nos Estados Unidos e alcançou muito êxito. O projeto objetiva promover melhorias no atendimento hospitalar com o intuito de reduzir a superlotação e melhorar a produtividade do atendimento de emergência e urgência nas unidades selecionadas. A intenção é reduzir a superlotação das emergências e o tempo médio de permanência do paciente nelas. Não é só uma mudança de processo, mas de cultura das instituições, de uma visão que vai além do hospital.