Em 2019, o então corregedor-geral de Justiça, desembargador Fernando Tourinho de Omena Souza, definiu dessa forma a participação do colega Jairo Xavier em crimes: "agente fundamental para a concretização de práticas criminosas, que foram levadas a termo, inclusive, mediante a falsificação de documentos". Agora, mesmo afastado das funções há dois anos, o juiz aposentado compulsoriamente voltou a ser alvo de investigação pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL).
Naquele ano, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) decidiu por 14 votos a 1, pela aposentadoria compulsória do magistrado. O juiz foi acusado de ter sido "negligente no cumprimento dos deveres do cargo", segundo conclusão do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) movido contra ele pelo próprio Judiciário por ter participado em suposto esquema de manipulação de acordos judiciais.
Em março de 2019, o desembargador Fernando Tourinho de Omena Souza já havia afastado o juiz da comarca de Palmeira dos Índios, por sua participação em um esquema de manipulação de acordos judiciais em processos envolvendo imóveis nos estados de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. O magistrado teria dado validade a negócios jurídicos nulos, constituídos com base em documentos maculados de vícios, segundo publicações feitas pela imprensa na época.
Investigado novamente por suposto envolvimento em delitos, Jairo Xavier foi alvo, nesta sexta-feira (7), da Operação Causa Nostra do Ministério Público. O objetivo era desbaratar uma possível organização criminosa (Orcrim) que seria especializada em crimes contra a administração pública e a Justiça.
Segundo o MP, ao todo, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, simultaneamente em Maceió, em Girau do Ponciano e em São Sebastião.