Cerca de 45 eventos particulares que estavam programados para acontecer neste mês de março foram cancelados em Alagoas em razão do novo decreto que proíbe a realização de festas para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. As informações foram repassadas pela Associação dos Assessores e cerimoniais de Alagoas (Acal), entidade que critica a postura e a falta de diálogo com o governo. Segundo a categoria, muitas festas já estavam com tudo encaminhado para acontecer no último fim de semana e tudo acabou se perdendo por causa do decreto, anunciado de forma repentina.
“Nós avaliamos como falho esse decreto. Primeiro porque não houve empatia do estado e ele foi publicado numa quinta-feira, quando a maioria dos nossos eventos já estava em andamento. Isso nos trouxe um verdadeiro problema por ser decretado em cima das nossas festas que aconteceriam no fim de semana. Montagens já estavam em andamento, flores e comidas já estavam compradas e muitas entregues, sem contar que o único setor proibido foi o nosso. Não acataram nosso pedido de aumento de restrições”, pontuou Helion Dionísio, cerimonialista e presidente da Acal.
Segundo ele, a categoria vinha seguindo, durante os eventos, um protocolo criado juntamente com a Vigilância Sanitária de Maceió, para garantir a segurança de todos os presentes, trabalhadores e convidados. “Desenvolvemos uma cartilha para convidados e para todos os fornecedores, com orientações de saúde e segurança, envolvendo desde o controle de temperatura, uso de máscaras, distanciamento de mesas e uso de barreiras salivares para buffets, um investimento alto feito por todo setor”, diz Helion.
A Acal conta atualmente com 39 empresas vinculadas e nenhuma delas, até o momento, anunciou o encerramento das atividades, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelo setor ao longo do último ano. Mesmo assim, as demissões foram inevitáveis e muitas pessoas precisaram ser dispensadas. Já os prejuízos financeiros causados pela pandemia, segundo a entidade, são incalculáveis.
“Um evento em Alagoas hoje ele tem um custo médio de R$ 80 mil a R$ 500 mil cada um, nesse um ano de pandemia já tivemos adiamentos que já estão na sua terceira ou quarta remarcação, como diversos cancelamentos. E como mesmo nos adiamentos nós temos danos, não conseguimos mencionar valores ou percentuais, uma vez que no adiamento ou remarcação o dano pode vir de incompatibilidade de data de algum fornecedor específico, que por sua vez precisa devolver o valor pago e o evento acontece com a substituição desse, trazendo um prejuízo financeiro e emocional para as duas partes, tanto do fornecedor, quanto do cliente”, afirmou.
Segundo a ACAL, alguns eventos estão sendo remarcados para 2022. “Estamos confiantes de que estaremos livres de decretos e voltando a uma ‘normalidade’, mas para grande parte das festas ainda estamos buscado uma solução, pois mesmo com decretos que possam liberar eventos ainda em 2021, não há muita disponibilidade, porque os de 2020, vieram grande parte para segundo semestre deste ano”, destacou.