Em comunicado ocorrido nesta terça-feira, 09, representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) informaram que o coronavírus pode ter se originado em outro lugar antes do surto em Wuhan, cidade chinesa onde foi detectado pela primeira vez.
As declarações foram feitas durante a primeira coletiva de imprensa que o grupo fez sobre a missão que os levou para a China, para entender as origens do vírus.
A equipe da OMS chegou a Wuhan em 14 de janeiro. Eles ficaram em quarentena durante duas semanas e posteriormente visitaram locais onde foram detectados os primeiros casos do vírus, incluindo o mercado de frutos do mar de Huanan e o Instituto de Virologia de Wuhan, que esteve envolvido em pesquisas do coronavírus.
Segundo a OMS a hipótese de que o vírus tenha sido vazado em um acidente de laboratório é "extremamente improvável" e que essa possibilidade não está entre as que a organização sugere para estudos futuros.
O chefe da equipe chinesa da organização também disse que não há evidências de que o vírus estivesse circulando antes de dezembro de 2019, quando os primeiros casos de Covid no mundo foram relatados. "Não há indicação da transmissão do Sars-Cov-2 na população do período anterior a dezembro de 2019", disse Liang Wannian, chefe da equipe da China.
Quatro hipóteses
O especialista em vírus Peter Ben Embarek, que participou da missão da OMS, também disse que a apuração revelou novas informações, mas não mudou "dramaticamente" o cenário da pandemia. Ele explicou que a entidade trabalhou com quatro hipóteses ao começar a investigação da origem do vírus:
Transmissão direta entre espécies – de algum animal diretamente para a espécie humana;
Introdução por meio de um hospedeiro intermediário, no qual o vírus ficou um tempo, se adaptou – isto é, sofreu mutações e pressão seletiva que possibilitaram a ele infectar humanos – e só então passou a circular;
Contaminação por meio da cadeia de transporte e armazenamento alimentos congelados. Esta hipótese vem sendo defendida pela China;
Acidente de laboratório tenha feito com que o vírus vazasse para a população em geral. Esta hipótese não é sugerida pela OMS para futuros estudos, porque é "extremamente improvável", segundo Ben Embarek.