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11/05/2019 às 07h08min - Atualizada em 11/05/2019 às 07h08min

Famílias denunciam que crianças com microcefalia não conseguem fazer exame auditivo no Centro de Reabilitação da Uncisal

O teste Bera permite avaliar se a criança tem perda auditiva.

- Fonte: AL TV
Famílias de crianças com microcefalia de Maceió procuraram a Defensoria Pública para conseguir que crianças façam exames auditivos — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

Famílias de crianças com microcefalia e outras alterações provocadas pelo vírus Zika denunciam que faz nove meses que não conseguem exame de audição para as crianças. Elas contaram, em entrevista no AL2 desta sexta-feira (10), que o equipamento para fazer o teste do Centro de Especializado de Reabilitação (CER III) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) , no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, está quebrado.

O exame de audição Bera avalia se a criança tem perda auditiva. A Wiliane Rafaela teve que remarcar o exame da filha com microcefalia.

"Mais uma vez tive que tive que remarcar o exame por conta da máquina que está quebrada", desabafou a dona de casa.

A Alessandra Hora, que é presidente da Associação das Mães de Crianças com Microcefalia, teve que remarcar o exame Bera para o neto várias vezes.

"Três vezes. Isso é um constrangimento. Quando chega perto a gente fica ansiosa para que a criança faça o exame, mas quando o dia está próximo, remarcam novamente", contou a avó de criança com microcefalia.

A espera foi tanto que ela precisou pagar o exame particular.

"Não deu para esperar, porque a gente sabe que essas crianças cada dia vem desenvolvendo outras sequelas, então a gente tem que ter cuidado. Se o exame tem que ser feito de seis em seis meses, então o estado tem por obrigação de contribuir com o exame. Eu tive o dinheiro para fazer, mas e quem não teve. É muito humilhante para a gente", disse Alessandra.

O exame auditivo Bera faz parte do protocolo de tratamento das crianças que foram acometidas pela síndrome do vírus Zika. A última vez que as crianças conseguiram fazer os testes no Centro de Especializado em Reabilitação, no Trapiche, foi em setembro do ano passado. Segundo as mães, a máquina que faz o exame está quebrada e até agora não foi consertada. 
As mães procuraram a Defensoria Pública do Estado de Alagoas para entrar com uma ação na Justiça.

"Foi aberto um processo, foi marcada uma reunião no dia 16. Foram chamadas a Secretaria de Saúde do Estado, Secretaria de Saúde do Município e o Cosems para atingir os municípios", disse a avó Alessandra.

O neurologista Aldo Calaça explicou que o exame Bera é fundamental para acompanhar o desenvolvimento auditivo das crianças com microcefalia.

"É muito frequente essas crianças que são portadoras da microcefalia, da encefalopatia resultante da Zika apresentarem perda de função auditiva. E nesse ponto específico, o Bera ajuda o profissional a estabelecer o grau de função naquele momento inicial do tratamento e ter uma ideia evolutiva com relação ao resultado do tratamento que está sendo preconizado", disse o médico.

A direção do Centro Especializado de Reabilitação disse para a TV Gazeta que os equipamentos são muito específicos e não possuem assistência técnica no Nordeste. E por isso, precisam ser enviados para reparos em outras regiões. E disse que foi solicita a compra dos acessórios dos equipamentos e que a previsão é de que os exames sejam retomados no próximo mês. E que enquanto isso, a orientação da Uncisal é que as mães procurem a Adefal, a Apae Audiovisual ou a Pestalozzi para fazer o exame específico.


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