Apesar de mortes já registradas, como a de uma gestante em Pernambuco que morreu devido à Covid-19, ainda não existem evidências de que as grávidas sejam mais vulneráveis ao novo coronavírus (Sars-CoV-2). Apesar disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam precaução e não descartar a possibilidade de agravamento dos casos.
Mas, afinal, o que sabemos até agora?
Mulher grávida deve tomar mesmas medidas que o resto da população — Foto: Pixabay
A organização internacional diz que muitas pesquisas científicas estão em curso para comprovar todos os efeitos da infecção pelo coronavírus no organismo das grávidas.
As informações disponíveis são limitadas, mas devido às alterações do corpo e do sistema imunológico que naturalmente acontecem nas mulheres nesta fase, são recomendadas precauções de proteção contra o vírus (veja na pergunta 4).
Além disso, o grupo tem o histórico de ser seriamente afetado por algumas infecções respiratórias, como ocorreu durante a pandemia de H1N1.
Nas diretrizes do Ministério, a situação das grávidas é analisada na categoria de "Casos especiais", a mesma que avalia como deve ser o atendimento de cardíacos e outros pacientes vulneráveis.
Entretanto, as diretrizes do ministério, assim como as da OMS, dizem que "os dados sobre apresentação clínica e os resultados perinatais após a infecção pela Covid-19 durante a gravidez e/ou puerpério ainda são limitados".
No documento com todas as diretrizes para o atendimento às mulheres grávidas, o governo orienta que os médicos não descartem a chance de um agravamento do quadro, já que há uma maior vulnerabilidade às infecções em geral durante o período.
Entre as determinações, estão uma consulta bimestral com um profissional de saúde e a individualização dos cuidados para cada mulher sobre como deverá ser o parto.
Por enquanto, como dizem a OMS e o Ministério da Saúde, não existem evidências suficientes de que as gestantes tenham uma chance maior de desenvolver um caso grave da Covid-19.
Os estudos sobre o assunto, mesmo que frágeis, mostram uma boa resistência das grávidas ao coronavírus.
O médico ginecologista e obstetra Waldemar Carvalho cita uma pesquisa recente feita em Nova York com 43 grávidas com Covid-19. Os pesquisadores mostraram que o grupo teve um risco similar de desenvolver a versão crítica tanto quanto o grupo de mulheres não-grávidas. Foram 86% dos casos leves, 9,3% de casos graves e 4,7% foram situações críticas entre as gestantes. O número é muito parecido com outro estudo chinês feito com 44 mil casos confirmados da população em geral: 80% de casos leves, 15% graves e 5% críticos.
Para conseguir implementar de forma mais efetiva algumas medidas, Carvalho diz que o governo passou a incluir as gestantes no grupo de risco:
"Hoje para poder ter todo um critério para as maternidades e hospitais poderem lidar com as pacientes, o Ministério da Saúde incluiu as gestantes como grupo de risco, mas isso não quer dizer ainda que uma grávida tenha uma chance maior de ficar mais doente", explicou.
As medidas são as mesmas que devem ser tomadas pela população em geral: