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13/04/2020 às 09h19min - Atualizada em 13/04/2020 às 09h19min

Foguetório para anunciar medidas que não se convertem em realidade

Um exemplo disso é o Hospital Metropolitano, obra com um ano e meio de atraso em seu cronograma

internet

"A comunicação oficial tem sido vista e operada como forma de ocultar as mazelas, muito mais do que um mecanismo para incluir o cidadão no exercício da fiscalização do poder".

O pensamento é do jornalista e professor da USP, Eugênio Bucci, em ensaio publicado pelo Observatório da Comunicação, ao tratar do modo pelo qual os governantes lançam mão da mídia com o intuito de praticar a dissimulação de seus próprios atos.

 

Esta reflexão cabe bem num momento em que se percebe a continuidade de uma prática lamentável no governo Renan Filho: fazer foguetório para anunciar medidas e prazos que não se convertem em realidade. Através de reportagens, a Gazeta já comprovou vários casos, que deveriam ser suficientes para ruborizar qualquer autoridade pública.

Para refrescar a memória, eis alguns exemplos: a promessa deslavada de pavimentação asfáltica da estrada de Pindoba; o Polo de Tecnologia de Alagoas; os kits de irrigação para duzentas famílias de agricultores familiares, em Delmiro Gouveia; a viagem à China; e a "operação Xing Ling", que se transformaram num "museu de grandes novidades".

Já o tão prometido Hospital Metropolitano - obra longeva, com um ano e meio de atraso em seu cronograma - acabou de ser anunciado pelo governador como empreendimento a ser - veja só! - "antecipado" em dois meses.

Enquanto segue a pandemia, o vírus da dissimulação continua infestando a comunicação governamental. "Nós teremos até o dia 30 (março) 105 novos leitos já montados para atender nossos pacientes, em caso de necessidade", garantiu Renan Filho, no mês passado.

Bem antes de o galo cantar três vezes, descobriu-se que Alagoas dispõe apenas de 52 leitos de UTI, número muito aquém do necessário para sustentar a funcionalidade do sistema, em caso de aumento da demanda de pacientes com a Covid-19.

Para completar, após o anúncio de dois óbitos pelo novo coronavírus, cujos pacientes encontravam-se indevidamente na UPA do trapiche da Barra, em razão da impossibilidade de transferi-los, diante da falta de vagas em UTIs, constatou-se também a insuficiência dos chamados leitos de retaguarda.

Na última quarta-feira, já em clima de "Via Crucis", o governador ativa seu instagram e faz novas promessas, anunciando, "para breve", novos leitos clínicos e UTIs destinados aos acometidos pelo vírus. Deus queira que seja verdade.

 

 

 
fonte/gazetaweb.com.br

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