O Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA) montou um fluxograma para recebimento e atendimento dos casos suspeitos de sarampo em Alagoas. A diretoria da unidade também decidiu oferecer capacitações para seus servidores sobre como identificar e conduzir o tratamento, já que a doença não era registrada em Alagoas há 19 anos. A capacitação acontecerá na próxima segunda-feira, (9), às 10 horas, no auditório do HEHA , no bairro do Trapiche da Barra, em Maceió.
Durante a apresentação do fluxograma, foram enumerados alguns aspectos que devem ser preponderantes na investigação de um caso suspeito. Um deles é a condição epidemiológica, pois ela direcionará o descarte de outros diagnósticos junto da avaliação clínica.
“Além da avaliação dos sintomas, é muito importante saber se o paciente viajou para locais onde está ocorrendo surto de sarampo, para que a suspeita clínica seja esclarecida e posteriormente, sejam solicitados exames”, explicou a coordenadora do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do HEHA, Lays Nogueira.
Após a reaparição de um caso de sarampo em Alagoas desde 1999, a Gerência Médica e o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia Hospital Helvio Auto, construíram o fluxograma e as capacitações para os servidores, com base no novo perfil que a doença vem apresentando em sua nova incursão pelo Brasil.
"As aparições recentes do vírus em estados brasileiros trazem sintomas mais brandos, provavelmente porque a população que está na faixa etária dos 20 aos 30 anos deve ter tomado, pelo menos, uma dose da vacina na vida, se diferenciando do quadro clássico da doença”, esclareceu a gerente médica do HEHA, infectologista Luciana Pacheco.
O sarampo que ataca o Brasil em 2019 traz um quadro clínico diferente do apresentado pela literatura médica brasileira até então. Os casos atuais apresentam febre baixa e características diversas dos casos clássicos, por isso o cuidado no diagnóstico deve ser redobrado. Com poder infeccioso e de contágio muito alto, o vírus do sarampo pode ficar em suspensão no ar por até duas horas, o que facilita o contágio.
Ficou definido no fluxograma que o Centro de Patologia e Medicina Laboratorial (CPML) da Uncisal será o responsável pela coleta e realização dos exames de sorologia (sangue), como também detecção e isolamento viral (urina e coleta de secreção da orofaringe).
Ao surgirem sintomas como febre, tosse, coriza, olhos inflamados, dor de garganta e irritação na pele com manchas vermelhas, procure um serviço de saúde para identificação da infecção e tratamento.